Ferreira Gullar: biografia resumida

Conheça a vida e a obra deste importante poeta brasileiro, que foi o criador do movimento neoconcreto.

Ferreira Gullar: importante poeta do Neoconcretismo
Ferreira Gullar: importante poeta do Neoconcretismo

 

Quem foi


Ferreira Gullar, cujo nome de registro era José Ribamar Ferreira, foi poeta, crítico de artes plásticas, redator e dramaturgo. Foi também o fundador do Neoconcretismo na literatura brasileira.



Biografia resumida


Ferreira Gullar nasceu em São Luís (Maranhão) no dia 10 de setembro de 1930.


Em 1949 publicou seu primeiro livro Um Pouco Acima do Chão, enquanto trabalhava como redator no Diário de São Luís. A obra já carregava o pseudônimo do autor, sendo que esse informou anos depois que Goulart era um dos sobrenomes de sua mãe. Apenas mudou a grafia dele.


Trabalhou também na redação de revistas como O Cruzeiro no início da década de 50 após se mudar para o Rio de Janeiro. Junto com outros poetas participou do movimento concretista. Esse movimento propunha a extinção do verso na poesia, alegando que o conteúdo sonoro e visual dos poemas era mais importante.

 

Em 1956, Ferreira Gular participa da exposição concretista, considerado um momento fundador do concretismo na Literatura Brasileira.


Em 1957 Ferreira Gullar rompe com os poetas do movimento concretista, o que justificou afirmando em artigo de revista que havia um excedente de racionalismo nos poemas, enquanto uma dose de subjetividade seria mais favorável. Então ele se junta a outros poetas e o grupo que cria um movimento traduzido no Manifesto Neoconcreto, divulgando-o no Jornal do Brasil em 1959. O cerne desse movimento está em outra obra de Ferreira Gullar: Teoria do-Não Objeto.


Em 1964 Ferreira Gullar filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Nessa época redigiu a peça Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, cuja montagem é premiada. Com o golpe militar de 64, ele foi preso e, após liberto, exilou-se fora do Brasil, morando em Paris, Moscou, Santiago e outras cidades.


Continuou escrevendo no exterior e ao retornar ao Brasil em 1977, compõe, em parceria com outros escritores, roteiros para novelas exibidas na televisão. Uma coletânea de todas as suas poesias foi publicada em 1980, recebendo o título de Toda Poesia.


Escreveu crônicas para o jornal Folha de São Paulo. Essas foram reunidas no livro Resmungos, que recebeu o Prêmio Jabuti em 2007. Em 2011 outro livro do poeta, lançado um ano antes (Em Alguma Parte Alguma) ganhou o mesmo prêmio.


Tomou posse na Academia Brasileira de Letras em 2014.


Ferreira Gullar apresentou problemas respiratórios que resultaram em uma pneumonia. Faleceu em 4 de dezembro de 2016, aos 86 anos, deixando uma filha.



Principais características do seu estilo literário:


O estilo contempla características que variam com as fases vivenciadas pelo poeta: introspecção, lirismo, subjetividade e realismo caricatural.

 

Os temas mais constantes em suas obras são: vida, morte, sexo, infância, experiência no exílio, questões sociais e políticas.

 

Era conhecido por sua disposição para experimentar com forma e linguagem. Ele rompia frequentemente com estruturas poéticas tradicionais para criar novas formas que refletissem suas ideias inovadoras.

 

Inicialmente, ele se envolveu com o movimento da Poesia Concreta, que focava nos aspectos visuais da linguagem poética. No entanto, mais tarde, tornou-se uma figura-chave no movimento Neoconcreto, que buscava incluir emoção e subjetividade no discurso da arte concreta.

 

Além da poesia, Gullar escreveu crônicas e ensaios, contribuindo para os debates culturais e intelectuais de sua época.

 

Gullar estava profundamente envolvido em questões sociais e políticas, o que se reflete em sua poesia. Sua obra aborda frequentemente as lutas e injustiças enfrentadas pelo povo comum

 

Foto de Ferreira Gullar jovem olhando para cima

Ferreira Gullar com 27 anos.




Obras principais de Ferreira Gullar:


- Um Pouco Acima do Chão (1949)

 

- A Luta Corporal (1954)

 

- Teoria do não-objeto (1959) - ensaio

 

- Quem Matou Aparecida? (1962) - cordel

 

- Dentro da Noite Veloz (1975)

 

- Poema Sujo (1976)

 

- Antologia Poética (1977)

 

- Uma luz no chão (1978) - ensaio

 

- Um rubi no umbigo (1979) - peça de teatro

 

- Na vertigem do dia (1980)

 

- Sobre arte (1983) - ensaio

 

- Etapas da Arte Contemporânea: Do Cubismo à Arte Neoconcreta (1985)


- Barulhos (1987)

 

- Indagações de hoje (1989) - ensaio


- Muitas vozes (1999) - composto por 54 poemas.

 

- Resmungos (2007)

 

- Em Alguma Parte Alguma (2010)

 

Capa do livro Poema Sujo de Ferreira Gullar

Capa do livro Poema Sujo: uma das principais obras de Ferreira Gullar.

 

 



Artigo publicado em 20/08/2021