Pablo Neruda: vida e obra

Pablo Neruda foi um importante escritor chileno do século XX.

Pablo Neruda: um dos mais importantes poetas chilenos do século XX
Pablo Neruda: um dos mais importantes poetas chilenos do século XX

 

Quem foi


Pablo Neruda foi um político, escritor, diplomata e poeta chileno do século XX. É considerado um dos grandes nomes do pós-modernismo na literatura mundial.

O nome de batismo de Pablo Neruda era Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto.


Biografia resumida


Filho de um operário ferroviário e de uma professora primária, nasceu em 12 de julho de 1904, na cidade de Parral (Chile). Seu nome era verdadeiro era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Perdeu a mãe no momento do nascimento.

 

Em 1906, a família muda-se para a cidade de Temuco. Começa a estudar por volta dos sete anos no Liceu para Meninos da cidade. Ainda em fase escolar, publica seus primeiros poemas no jornal "La Manãna”. No ano de 1920, começa a contribuir com a revista literária “Selva Austral”, já utilizando o pseudônimo de Pablo Neruda (homenagem ao poeta tcheco Jan Neruda e ao francês Paul Verlaine).



Em 1921, passa morar na cidade de Santiago do Chile e estuda pedagogia no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile. Em 1923 publica ‘Crepusculário” e no ano seguinte “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, já com uma forte marca do Modernismo (conjunto de movimentos artísticos e literários da primeira metade do século XX).



No ano de 1927, começa sua carreira diplomática, após ser nomeado cônsul na Birmânia. Em seguida passa a exercer a função no Sri Lança, Java Singapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri. Nestas viagens, conhece diversas pessoas importantes do mundo cultural. Em Buenos Aires, conheceu Garcia Lorca, e em Barcelona Rafael Alberti.

 

Em 1930, casa-se com María Antonieta Hagenaar, divorciando-se em 1936. Logo após começou a viver com Delia de Carril, com quem se casou em 1946, até o divórcio em 1955. Em 1966, casou-se novamente, agora com Matilde Urrutia.



Em 1936, explode a Guerra Civil Espanhola. Comovido com a guerra e com o assassinato do amigo Garcia Lorca, compromete-se com o movimento republicano. Na França, em 1937, escreve “Espanha no coração”. Retorna neste ano para o Chile e começa a produzir textos com temáticas políticas e sociais.

 

No ano de 1939, é designado cônsul para a imigração espanhola em Paris e pouco tempo depois cônsul Geral do México. Neste país escreve “Canto Geral do Chile”, considerado um poema épico sobre as belezas naturais e sociais do continente americano.



Em 1943, é eleito senador da República. Comovido com o tratamento repressivo que era dado aos trabalhadores de minas, começa a fazer vários discursos, criticando o presidente González Videla. Passa a ser perseguido pelo governo, exilado na Europa.



Em 1952, publica “Os versos do capitão” e dois anos depois "As uvas e o vento”. Recebe o prêmio Stalin da Paz em 1953. Em 1965, recebe o título honoris causa da Universidade de Oxford (Inglaterra). Em outubro de 1971, recebe o Prêmio Nobel de Literatura.

 

Durante o governo do socialista Salvador Allende, é designado embaixador na França.

 

Doente, retorna para o Chile em 1972. Em 23 de setembro do ano seguinte, morre de câncer de próstata na Clínica Santa Maria de Santiago (Chile).

 

Foto de Pablo Neruda lendo

Pablo Neruda: um dos principais escritores do século XX.

 



Principais características do seu estilo literário:

 

• Escreveu vários gêneros literários como, por exemplo, prosa, poesia, textos históricos e peças de teatro.

 

• Abordou, em suas obras, temas como: o amor, aspectos da vida social, assuntos políticos, saudades, desejos, paixões e vida cotidiana.

 

• Usou simbolismos e metáforas em muitas de suas obras.

 

• Grande parte da poesia de Neruda é repleta de imagens exuberantes e detalhadas do mundo natural. Suas descrições das paisagens e da flora de seu Chile natal são particularmente impressionantes.

 

• Escreveu criativamente e com muita qualidade textual.

 

• A poesia de Neruda costuma ser lírica, cheia de ritmo e musicalidade. Suas obras são conhecidas por suas linhas arrebatadoras e emotivas e uso vívido de imagens.

 

• Muitas de suas poesias trataram de temas pessoais, enquanto outras eram engajadas politicamente.



Principais obras de Pablo Neruda:


- Crepusculario

 

- Veinte poemas de amor y una canción desesperada. 

 

- Tentativa del hombre infinito.

 

- El habitante y su esperanza. Novela. 

 

- Residencia en la tierra (1925-1931). 

 

- España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). 

 

- Tercera residencia (1935-1945). 

 

- Canto general

 

- Todo el amor. 

 

- Las uvas y el viento

 

- Odas elementales

 

- Nuevas odas elementales

 

- Tercer libro de las odas. 

 

- Estravagario

 

- Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). 

 

- Navegantes e regressos

 

- Poesias: As Pedras do Chile

 

- Cantos cerimoniais

 

- Memorial da Ilha Negra

 

- Arte de pájaros

 

- La Barcaola

 

- Las manos del día

 

- Fim do mundo

 

- Maremoto. 

 

- La espada encendida. 

 

- Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. 

 

- Livro das perguntas

 

- Jardim de inverno

 

Confieso que he vivido. Memorias. 

 

- Para nacer he nacido. 

 

- El río invisible. Poesía y prosa de juventud.

 

- Obras completas.

 

Capa do livro As Uvas e o Vento de Pablo Neruda

Capa do livro As Uvas e o Vento de Pablo Neruda

 

 

EXEMPLO DE UM POEMA DE PABLO NERUDA:

 

"Se Tu Me Esqueces", publicada no livro "Os Versos do Capitão" em 1952


Se Tu Me Esqueces


Quero que saibas
uma coisa.

Tu sabes como é:

se olho
a lua de cristal,
o ramo vermelho
do lento outono em minha janela,
se toco
ao lado do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam
rumo às tuas ilhas que me esperam.


Agora,
se pouco a pouco deixas de me amar
deixarei de te amar pouco a pouco.


Se de súbito
me esqueceres,
não me procures,
porque já te terei esquecido.


Se julgas longo e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.


Mas
se todos os dias,
a toda a hora
sentes que a mim estás destinada
com doçura implacável.
Se cada dia sobe
uma flor a teus lábios a me procurar,
ai, amor meu, ai minha,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor se nutre do teu amor, amada,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

 



Atualizado em 06/07/2023

Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).