El Niño e La Ninã

El Niño e La Ninã são fenômenos relacionados às alterações na temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico.

Mapa climático indicando aquecimento nas águas do Pacífico Equatorial
Mapa climático indicando aquecimento nas águas do Pacífico Equatorial

 

EL NIÑO

 

 

O que é

 

O El Niño é um fenômeno climático, de caráter atmosférico-oceânico, em que ocorre o aquecimento fora do normal das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial. As causas deste fenômeno ainda não são bem conhecidas pelos especialistas em clima.

 

Este fenômeno costuma alterar vários fatores climáticos regionais e globais como, por exemplo, índices pluviométricos (em regiões tropicais de latitudes médias), padrões de vento e deslocamento de massas de ar. O período de duração do El Niño varia entre 10 e 18 meses e ele acontece de forma irregular (em intervalos de 2 a 7 anos).


Os principais efeitos climáticos do El Niño são:


• Os ventos sopram com menos força na região central do Oceano Pacífico;

 

• Acúmulo de águas mais quentes do que o normal na costa oeste da América do Sul;

 

• Diminuição na quantidade de peixes na região central e sul do Oceano Pacífico e na costa oeste dos Canadá e Estados Unidos;

 

• Intensificação da seca no nordeste brasileiro;

 

• Aumento do índice de chuvas na costa oeste da América do Sul;

 

• Aumento das tempestades tropicais na região central do Oceano Pacífico;

 

• Secas na região da Indonésia, Índia e costa leste da Austrália;

 

• Muitos climatologistas acreditam que o El Niño possa estar relacionado com o inverno mais quente na região central dos Estados Unidos, secas na África e verões mais quentes na Europa. Estes efeitos ainda estão em processo de estudos.

 

Curiosidades: 


• O termo El Niño é de origem espanhola e se refere a Corrente de El Niño. O nome foi dado por pescadores da costa do Peru e Equador, pois na época do Natal a região costuma receber uma corrente marítima de águas quentes. Por aparecer no período natalino, El Niño (O Menino) Jesus foi homenageado, pelos pescadores, com o nome do fenômeno climático. O termo popular foi adotado também pelos climatologistas.

 

• Quando o fenômeno é inverso, ocorrendo um resfriamento fora do normal nas águas da região equatorial do Oceano Pacífico, dá-se o nome de La Niña.

 

Imagem de uma região seca com um arbusto sem folhas e um pássaro preto pousado num galho.

A Seca no sertão nordestino se intensifica quando ocorre o El Niño.

 

 

 

LA NIÑA

 

La Niña (“a menina” em espanhol) é um fenômeno oceânico-atmosférico que ocorre nas águas do Oceano Pacífico (equatorial, central e oriental). A principal característica deste fenômeno é o resfriamento (em média de 2 a 3° C) fora do normal das águas superficiais nestas regiões do Oceano Pacífico. 

 

Este fenômeno climático não ocorre todos os anos e da mesma forma. Sua frequência é de 2 a 7 anos, com duração aproximada de 9 a 12 meses (há casos que pode durar até 2 anos). O La Niña afeta o comportamento climático no continente americano e outras regiões do planeta. 

 

Principais consequências do La Niña no clima:


Entre os meses de dezembro a fevereiro:


• Aumento das chuvas na região nordeste do Brasil;

 

• Temperaturas abaixo do normal para o verão, na região sudeste do Brasil;

 

• Aumento do frio na costa oeste dos Estados Unidos. La Niña também leva a um clima de inverno mais variável, com um potencial aumento de tempestades de inverno em certas regiões, como o norte dos Estados Unidos.

 

• Aumento das chuvas na costa leste da Ásia;

 

• No geral, La Niña tende a esfriar ligeiramente as temperaturas globais, neutralizando alguns dos efeitos do aquecimento global.

 

• Aumento do frio no Japão.

 

Chuva numa região com árvores

Aumento das chuvas no Nordeste brasileiro durante o verão: uma das consequências do La Niña.

 

 

Entre os meses de junho a agosto:


• Inverno seco na região sul e sudeste do Brasil;

 

• Aumento do frio na costa oeste da América do Sul;

 

• Frio e chuvas na região do Caribe (América Central);

 

• Aumento das temperaturas médias na região leste da Austrália;

 

• Aumento das temperaturas e chuvas na região leste da Ásia.

 

 

Curiosidade

 

O acompanhamento científico deste fenômeno climático é feito pela Organização Meteorológica Mundial. É feito o monitoramento do Oceano Pacífico tropical, através de boias amarradas, marégrafos (instrumentos que registram o fluxo das marés) e satélites. As informações são captadas e analisadas com o objetivo de fazer a previsão do comportamento futuro da La Niña.

 

 



Atualizado em 07/08/2023

Por Marcia Rodrigues • Professora de Geografia • Graduada pela Universidade de Guarulhos (2005)

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