Independência da Argentina
A independência da Argentina, declarada em 9 de julho de 1816, foi o resultado de uma série de conflitos e revoluções contra o domínio colonial espanhol, marcando a emancipação das Províncias Unidas do Rio da Prata.
Introdução (contexto histórico)
Até 1810, o território da atual Argentina (colônia) era governado pela Espanha (metrópole) e fazia parte do Vice-Reinado do Rio da Prata.
Foi em 25 de maio de 1810, durante a Revolução de Maio, que os argentinos proclamaram sua independência. Porém, o processo não foi pacífico, pois ocorreu uma guerra contra a Espanha. Em 9 de julho de 1816 (data da Proclamação de Independência da Argentina) a independência foi declarada pelos congressistas. Somente em 9 de julho de 1859 houve o reconhecimento de sua independência pela Espanha, no reinado de Isabel II.
As causas principais da independência da Argentina:
• A Argentina, como muitas outras colônias espanholas, estava sujeita a rigorosas regulamentações comerciais que favoreciam a Espanha em detrimento das colônias. Essas regulamentações limitavam o crescimento econômico e a prosperidade local, levando a uma insatisfação generalizada entre os colonos.
• O Iluminismo, um movimento intelectual europeu dos séculos XVII e XVIII, enfatizava a razão, o individualismo e um ceticismo em relação à autoridade tradicional. Essas ideias influenciaram muitos argentinos educados e plantaram as sementes de descontentamento contra o domínio monárquico e colonial.
• A bem-sucedida Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789) serviram como exemplos poderosos e inspiração para os revolucionários argentinos. Essas revoluções demonstraram que o domínio colonial poderia ser desafiado com sucesso e que novas nações poderiam ser fundadas com base nos princípios de liberdade e democracia.
• As Guerras Napoleônicas enfraqueceram significativamente a capacidade da Espanha de manter o controle sobre suas colônias. Quando Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha e prendeu o Rei Fernando VII em 1808, isso criou um vácuo de poder e uma crise de legitimidade no império espanhol, incluindo suas colônias.
• Dentro das colônias espanholas, incluindo a Argentina, havia tensões sociais e políticas significativas. A população crioula (pessoas de descendência espanhola nascidas nas Américas) muitas vezes estava em desacordo com os peninsulares (indivíduos nascidos na Espanha e vivendo nas colônias). Os crioulos estavam cada vez mais ressentidos com seu status de segunda classe e a exclusão de posições governamentais e eclesiásticas de alto nível.
A Guerra de Independência
Após a proclamação de Independência da Argentina (1810), os espanhóis reagiram de imediato, a fim de não perder o controle sobre uma das regiões coloniais mais importantes.
A Guerra de Independência durou 15 anos (entre 1810 e 1825), colocando de um lado a Espanha e de outro as Províncias Unidas do Rio da Prata, Gran Colômbia, Chile, Peru e Províncias Livres de Guayaquil.
A Guerra terminou em 1825, após a rendição da Espanha, e teve como principal consequência a independência do Vice-Reinado do Rio da Prata. Em fevereiro de 1825, a Grã-Bretanha foi a primeira nação a reconhecer a independência, através da assinatura de um tratado. Em 1826, as Províncias Unidas mudaram o nome para República Argentina, nome atual e que foi oficializado na primeira constituição promulgada neste mesmo ano.
Batalha de Maipú (1818) durante a Guerra de Independência da Argentina. |
Principais líderes da Independência da Argentina
Na Primeira Junta de Buenos Aires, organizada em maio de 1810, houve a liderança de três argentinos, que foram fundamentais para a proclamação de independência argentina. Foram eles:
- Cornelio Saavedra: fazia parte do Exército Patriota e foi presidente da Junta Provisória Governativa.
- Mariano Moreno: foi secretário de Guerra e Governo da Primeira Junta.
- Manuel Belgrano: foi general em chefe do Exército do Norte.
Cornelio Saavedra, um dos principais líderes da Independência da Argentina. |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Temas relacionados
Bibliografia Indicada
Fontes de pesquisa utilizadas:
ARRUDA, José Jobson de Andrade; PILETTI, Nelson. Toda a História. História Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2007.
MORAES, Luís Edmundo. História Contemporânea – Da Revolução Francesa à Segunda Guerra Mundial: São Paulo: Contexto, 2017.
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