Conjuração Carioca

A Conjuração Carioca foi um movimento de caráter intelectual que ocorreu no Rio de Janeiro no final do século 18.

Mariano José Pereira da Fonseca: um dos integrantes da Conjuração Carioca de 1794
Mariano José Pereira da Fonseca: um dos integrantes da Conjuração Carioca de 1794

 

O que foi

 

Também conhecida como Conjuração do Rio de Janeiro, Conspiração Carioca e Conjuração Fluminense, foi um movimento de caráter emancipacionista, ocorrido em 1794. Tinha clara afinidade com os ideais iluministas e teve como principais participantes intelectuais do Rio de Janeiro.



Antecedentes, causas e contexto histórico


Constituído no Rio de Janeiro, esse movimento, inicialmente, era uma sociedade literária que se reunia para debater assuntos culturais e científicos, como a análise da composição da água, os danos causados pelo alcoolismo e a observação do eclipse lunar. Aos poucos, a sociedade passou a ser composta de intelectuais que debatiam os ideais iluministas. Dentre seus membros, destacava-se o professor de retórica Manuel Inácio da Silva Alvarenga, graduado pela Universidade de Coimbra. Outro de seus integrantes, Mariano José Pereira da Fonseca, foi acusado de possuir uma obra de Jean Jacques Rousseau (então proibida de circular no Brasil) – depois, em 1822, Mariano defendeu a independência e tornou-se marquês.

 

Manuel Inácio da Silva Alvarenga, poeta luso-brasileiro

Manuel Inácio da Silva Alvarenga, poeta luso-brasileiro que participou da Conjuração Carioca.

 

 

Pintura colorica de um homem branco e idoso de cabelos brancos usando uma roupa de nobre

Mariano José Pereira da Fonseca (Marquês de Maricá): outro participante da Conspiração Carioca.

 



Desfecho: como terminou e consequências


O vice-rei Conde de Resende, temeroso de que os argumentos políticos e filosóficos desses intelectuais se alastrassem, ordenou em 1794 o fechamento da Sociedade. Com o pretexto de que continuavam se reunindo clandestinamente, mandou processá-los e prendê-los, instaurando uma devassa. Após investigar minuciosamente todos eles, não conseguiu apurar nenhuma prova concreta de que planejavam uma conspiração. Sem nenhuma prova que os ligasse à subversão, os intelectuais foram libertos depois de dois anos.






Revisado por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).