Antero de Quental

Antero de Quental foi um poeta realista português do século XIX.

Antero de Quental: importante poeta do Realismo em Portugal
Antero de Quental: importante poeta do Realismo em Portugal

 

Quem foi

 

Tarquínio Antero de Quental foi um importante poeta português da segunda metade do século XIX. É considerado um expressivo representante do Realismo na literatura de Portugal. Obteve destaque, principalmente, por seus sonetos.

 

Nasceu em 18 de abril de 1842, na cidade de Ponta Delgada (Açores, Portugal). Faleceu em 11 de setembro de 1891, aos 49 anos, na mesma cidade em que nasceu.

 

Principais características do estilo artístico de Antero de Quental:

 

- Presença, em seus sonetos, de significativo posicionamento político-social.

 

- Poesia marcada por forte caráter metafísico (transcendência à experiência do mundo sensível).

 

- Temas e problemas de suas crises pessoais também aparecem em suas obras.

 

Principais obras de Antero de Quental:

 

Poesias:

 

- Primaveras Românticas. Versos dos vinte anos (1861-1864)

 

- Raios de Extinta Luz - Poesias inéditas (1859-1863)

 

- Odes Modernas (1865)

 

- Sonetos Completos (1890)

 

Prosa:

 

- Considerações sobre a filosofia da história literária portuguesa (1872)

 

- Causas da decadência dos Povos Peninsulares (1871)

 

- Bom Senso e Bom Gosto (1865)

 

- A Poesia na Actualidade (1881)



Curiosidade literária:

 

- Antero de Quental foi um dos participantes da Questão Coimbrã (1866), que foi uma controvérsia ocorrida, no campo da Literatura Portuguesa, entre os tradicionalistas e os inovadores (escritores abertos a novas ideias e conceitos literários).

 

- Quental participou, em 1875, da fundação do Partido Socialista Português.

 

- Em 1870, com o político e historiador Oliveira Martins, Quental fundou o jornal A República - Jornal da Democracia Portuguesa.



Exemplo de um soneto de Antero de Quental:

 

Lamento

 

Um diluvio de luz cae da montanha:
Eis o dia! eis o sol! o esposo amado!
Onde ha por toda a terra um só cuidado
Que não dissipe a luz que o mundo banha?


Flor a custo medrada em erma penha,
Revolto mar ou golfo congelado,
Aonde ha ser de Deus tão olvidado
Para quem paz e alivio o céo não tenha?


Deus é Pae! Pae de toda a creatura:
E a todo o ser o seu amor assiste:
De seus filhos o mal sempre é lembrado...


Ah! se Deus a seus filhos dá ventura
N'esta hora santa... e eu só posso ser triste...
Serei filho, mas filho abandonado!

 

Fotografia de rosto de Antero de Quental

Antero de Quental (fotografia de 1887).

 

 



Artigo publicado em: 19/05/2021 e atualizado em 15/06/2022

Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).