Câmara Cascudo: vida e obra

Ele é considerado um dos principais folcloristas da História do Brasil. Escreveu um rico dicionário folclórico que é uma referência no assunto até os dias de hoje.

 

Quem foi

 

Luís da Câmara Cascudo foi um importante historiador, jornalista, etnógrafo, professor universitário, advogado, antropólogo e, principalmente, folclorista brasileiro.

 

É considerado um dos mais importantes escritores e estudiosos da cultura popular brasileira, com destaque para o nosso folclore. Era apaixonado pelas tradições populares, superstições, literatura oral e história do Brasil.

 

Biografia resumida

 

Câmara Cascudo nasceu em Natal (RN) em 30 de dezembro de 1898.

 

Formou-se em Direito, em 1928, na Faculdade de Direito do Recife.

 

Em 1929, casou-se com Dhália Freire. Com ela, Câmara Cascudo teve dois filhos: Fernando Luís e Anna Maria.

 

Lecionou na Faculdade de Direito de Natal. Foi professor catedrático de Geografia, História do Brasil e Folclore na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

 

Trabalhou como jornalista em vários órgãos da imprensa de Natal.

 

Recebeu, em 1956, o Prêmio Machado de Assis, o principal prêmio literário brasileiro.

 

Faleceu, aos 87 anos, em sua cidade natal, em 30 de julho de 1986.

 

Memorial Câmara Cascudo localizado no centro histórico de Natal (RN).

 

 

Características da obra de Câmara Cascudo

 

Cascudo deixou uma obra vasta e diversificada, incluindo mais de duzentos títulos entre livros, artigos, ensaios e crônicas. Seu trabalho abrangeu áreas como folclore, mitologia, religiosidade popular, culinária, linguagem e costumes, marcado por uma metodologia de pesquisa empírica, fundamentada na observação direta e no convívio com as manifestações culturais brasileiras.


Entre suas obras mais significativas, destaca-se o "Dicionário do Folclore Brasileiro", publicado inicialmente em 1954, que se tornou uma referência essencial para o estudo do folclore nacional, compilando uma ampla gama de verbetes sobre as diversas manifestações culturais do Brasil. Outra contribuição importante de Cascudo é "História da Alimentação no Brasil", que explora as origens e evoluções dos hábitos alimentares no país, destacando a interconexão entre alimentação e identidade cultural brasileira.



Principais obras de Câmara Cascudo:

 

- Alma Patrícia (1921)

 

- Histórias que o tempo leva (1924)

 

- Viajando o sertão (1934)

 

- Vaqueiros e cantadores (1939)

 

- Antologia do Folclore Brasileiro (1944)

 

- Os melhores contos populares de Portugal (1944)

 

- Dicionário do Folclore Brasileiro (1952)

 

- Literatura oral no Brasil (1952)

 

- Cinco livros do povo (1953)

 

- Antologia de Pedro Velho (1954)

 

- Trinta “estórias” brasileiras (1955)

 

- Geografia do Brasil holandês (1956)

 

- Jangada (1957)

 

- Superstições e costumes (1958)

 

- Folclore no Brasil (1967)

 

- Tradição, ciência do povo (1971)

 

- Civilização e cultura (1973)

 

- Religião no povo (1974)

 

Capa de uma edição antiga do Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo, publicado em 1952

 

 

Legado de sua obra

 

Câmara Cascudo não apenas contribuiu significativamente para a academia, mas também teve um papel ativo em sua comunidade, atuando como professor, jornalista e figura central na vida cultural de Natal. Sua casa, conhecida como "Casa do Ludovicus", tornou-se um importante centro cultural.

Deixou um legado profundo para a compreensão da cultura popular brasileira, ensinando as futuras gerações a valorizar e preservar o patrimônio cultural imaterial que define a identidade de uma nação.

 

 

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Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).