Carybé

Carybé foi um artista plástico argentino, naturalizado brasileiro, que fez sua carreira artística no Brasil.

Carybé: o amor pela Bahia expressado nas obras de arte
Carybé: o amor pela Bahia expressado nas obras de arte

 

Quem foi

 

Hector Julio Paride Carybe, conhecido popularmente e artisticamente como Carybé, foi um importante artista plástico (pintor, gravador, escultor, ceramista, ilustrador e desenhista) argentino, naturalizado brasileiro.

 

Biografia resumida

 

Nasceu na cidade argentina de Lanús em 7 de fevereiro de 1911.

 

Carybé fez ilustrações para livros de escritores famosos. Ilustrou a capa de livros do escritor baiano Jorge Amado e também do livro Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Márquez. A ilustração do livro Macunaíma, de Mario de Andrade, também foi feita por Carybé.

 

Em 1943, realizou, em Buenos Aires, sua primeira exposição individual.

 

Em 1945, fez sua primeira exposição individual no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.

 

No ano de 1946, casou-se com a argentina Nancy Bernabó.

 

Em 1947, Carybé trabalhou no jornal Diário Carioca, do Rio de Janeiro. Entre 1949 e 1950, trabalho no jornal Tribuna da Imprensa.

 

Em 1952, viajou para São Paulo, onde trabalhou na produção do filme O Cangaceiro, dirigido por Lima Barreto.

 

Uma de suas obras mais conhecidas é o conjunto de painéis “Os povos afros”, os “Ibéricos” e “Libertadores” de 1988. Estas obras fazem parte da decoração do mural do Memorial da América Latina, situado no bairro da Barra Funda (cidade de São Paulo). Fez também murais para o Aeroporto Internacional de Miami

 

Carybé também atuou na área pública, assumindo o cargo de secretário da educação do estado da Bahia.

 

Faleceu em Salvador (Bahia), aos 86 anos, em 2 de outubro de 1997.

 

Mural de Caribé em Buenos Aires

Mural de Carybé em Buenos Aires



 

Principais características do seu estilo artístico:

 

Apaixonado pela Bahia, Carybé tornou-se conhecido com suas obras que valorizavam a cultura baiana, os rituais afro-brasileiros, a capoeira, as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia.

 

Apresentou, em suas obras, grande capacidade de capturar o movimento e o ritmo, elementos que são considerados centrais em sua arte.

 

Produziu ilustrações que enriqueceram publicações de renomados escritores, como Jorge Amado e Gabriel García Márquez,

 

Carybé usou cores que evocam a energia, a espiritualidade e a diversidade do povo e da paisagem local. Priorizou as cores vivas e saturadas, que contribuem para a expressividade e a dinâmica de suas composições.




Principais obras de Carybé:


- Bahia - óleo sobre tela de 1939

 

- São Jorge - nanquim de 1956

 

- Baianas – óleo sobre madeira de 1957

 

- Cidade Baixa - nanquim sobre papel de 1964

 

- Feira - nanquim sobre papel de 1964

 

- Nu sentado - óleo sobre tela de 1965

 

- Cabaré – óleo sobre tela de 1966

 

- Capoeira – crayon sobre papel de 1974

 

- Cangaceiros - vinil sobre cartão colado em eucatex de 1987

 

- Murais do Memorial da América Latina - 1988

 

- Jogos – vinil encerado de 1990

 

- Os Conjurados – vinil encerado de 1995

 

Bahia, pintura de Carybé

Bahia (1939): obra de Carybé.

 

 

Legado

 

Carybé apresentou uma contribuição significativa tanto no campo das artes visuais quanto na literatura. Sua obra permanece um testemunho vibrante da cultura brasileira e de sua habilidade em transpor para a arte a essência das tradições e do povo que tanto influenciaram seu trabalho.

 

 

Relevo em madeira representando orixás

Talhas em cedro de Carybé, representando orixás. Fonte: Museu Afro-Brasileiro de Salvador da Bahia.

 

 




Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).