Capitalismo Informacional
O Capitalismo Informacional é a fase mais recente do capitalismo caracterizada pelo desenvolvimento da tecnologia da informação.

O que é (definição)
Também conhecido como capitalismo cognitivo, é um conjunto de doutrinas e práticas econômicas relacionadas à terceira fase de desenvolvimento do capitalismo e que tem como principal característica o acúmulo e uso de conhecimentos, principalmente, na área de tecnologia da informação (TI).
História
O capitalismo informacional surgiu na década de 1950, com o avanço da globalização econômica. Porém, ganhou grande impulso no final do século XX com o avanço da Tecnologia da Informação, principalmente, com o aumento das transações comerciais via Internet.
O capitalismo informacional tem como referência as empresas de tecnologia que se desenvolveram no Vale do Silício (Califórnia), a partir do final do século XX.
Vale dizer que esta nova fase do capitalismo não aboliu nem mesmo diminuiu o desenvolvimento industrial e comercial, típicos das fases anteriores deste sistema econômico. Pelo contrário, o desenvolvimento da tecnologia da informação foi de fundamental importância para a melhoria dos processos produtivos utilizados pelos setores da indústria e comércio.
As principais características são:
- Grande importância dos sistemas de computadores, principalmente dos interligados através de redes como, por exemplo, a Internet.
- Valorização das empresas que produzem conhecimentos atrelados ao desenvolvimento tecnológico (computadores, videogames, smartphones, notebooks, tablets, softwares, aplicativos, redes sociais, sistemas de buscas entre outros).
- Uso de mão de obra especializada e qualificada. Valorização da mão de obra jovem com amplo conhecimento tecnológico e desenvolvimento criativo.
- Surgimento e desenvolvimento de pequenas empresas especializadas em desenvolvimento de softwares e aplicativos. Estas empresas, em sua fase inicial, são conhecidas como startups.
- Grande valorização da criatividade e de conhecimentos amplos dentro das empresas.
- Valorização e aumento da produção e comercialização de produtos tecnológicos.
- Aumento do uso do marketing digital e canais de venda pela Internet.
Mudanças sociais provocadas pelo capitalismo informacional:
- Aumento significativo na troca de ideias e informações através, principalmente, dos sites de relacionamentos sociais.
- Crescimento da dependência tecnológica, principalmente com relação à necessidade de estar conectado e ativo na rede. Este fato faz com que muitas pessoas “percam” grande quantidade de tempo em redes sociais.
- Aumento da quantidade de informações recebidas pelas pessoas em seu dia a dia.
A questão do emprego
Com o advento do capitalismo informacional houve uma significativa diminuição dos postos de trabalhos em áreas em que o computador apresentou-se como solução. Um bom exemplo é o corte nos postos de trabalho de caixas de bancos com o aumento da utilização da Internet (Home Banking) por parte dos clientes.
No contexto deste novo modelo econômico, houve um deslocamento de oportunidades de trabalho de profissões tradicionais para aquelas ligadas à tecnologia da informação.
Infelizmente esta nova fase do capitalismo não conseguiu eliminar um dos principais problemas sociais do mundo contemporâneo: a desigualdade econômica. O problema da distribuição de renda desigual e injusta ainda continua presente, principalmente, nos países emergentes como, por exemplo, o Brasil.
Teórico principal
O principal estudioso e também o desenvolvedor do conceito de capitalismo informacional é o sociólogo espanhol Manuel Castells, autor do livro “A sociedade em rede” (publicado em 2006).
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Smartphones e redes sociais: dois elementos importantes na fase do capitalismo informacional. |
Última atualização em 04/02/2022
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Temas relacionados
Bibliografia Indicada
A sociedade em rede
Autor: Castells, Manuel
Editora: Paz e Terra
Fonte de pesquisa do texto:
SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Editora Best Seller, 1999.