China Antiga

A China Antiga tem início por volta de 4.700 a.C. com a Cultura de Hongshan ainda no período pré-histórico do Neolítico.

Muralha da China: grande exemplo da arquitetura chinesa
Muralha da China: grande exemplo da arquitetura chinesa

 

Formação dos reinos feudais e as funções dos reis e nobres


Em decorrência das invasões sofridas, a China foi dividida em reinos feudais independentes no período compreendido entre os séculos III e IV. Nesse tipo de reino, o rei desempenhava a função de chefe religioso e cabia aos nobres a responsabilidade de defender o território contra as invasões estrangeiras.



As principais fases da China Antiga são:

 

1 - Dinastias chinesas


Após um período de luta entre os principados, quando os nobres já se encontravam mais fortes do que o rei, houve o surgimento das primeiras dinastias chinesas. A primeira delas foi a Sui, que no ano de 580 conseguiu unificar os reinos. No ano de 618, essa dinastia foi substituída pela Tang, que teve como característica principal a contribuição significativa no desenvolvimento cultural do povo chinês. 

 

A dinastia Tang entrou em declínio após ser derrotada pelos árabes, no ano de 751, sendo substituída, em 907, pela dinastia Sung. Esta última elevou o crescimento econômico e estimulou o desenvolvimento da cultura. Foi também durante essa dinastia que a pólvora foi inventada.   

 

Guerreiros de Terracota da dinastia chinesa Qin

Guerreiros de Terracota da dinastia chinesa Qin: são também conhecidos como Exército do imperador Qin. Foram feitos por volta do ano 210 a.C. e enterrados com o imperador Qin Shi Huang. São cerca de 8 mil soldados, além de muitos cavalos e carruagens.

 

 

2 - O período da fragmentação política

 

Entre os anos de 907 e 960, a história da China foi marcada pela fragmentação política. Essa época ficou conhecida como o Período das Cinco Dinastias e Dez Reinos. Nessa fase, a China se transformou num conjunto de vários estados independentes.

 

3 - Domínio mongol

 

No período compreendido entre os anos de 1211 e 1215, os mongóis invadiram a China e deram início ao seu império, que passou a ser dividido em 12 províncias. Contudo, eles deram continuidade ao desenvolvimento alcançado pelo reino anterior. 

 

Em 1368, a dinastia mongol foi derrubada pela resistência interna, e, essa, assumiu o poder com o nome de dinastia Ming. Durante esse período, foi realizada uma política que expandiu o território chinês para a Manchúria, Indochina e Mongólia. Entretanto, esse reinado começou a cair com a chegada dos europeus, em 1516, e teve seu fim definitivo no ano de 1644, após a invasão manchu. 

 

Religião e cultura da China Antiga


Quando estudamos a China, não podemos deixar de estudar outros dois pontos importantes. O primeiro deles é o Budismo, que teve forte influência nas manifestações artísticas chinesas como a literatura, a pintura e a escultura. O segundo é a Grande Muralha da China, que foi levantada, antes do século III a.C., com o propósito de defender os principados contra as invasões de seus inimigos. Foi reconstruída entre os séculos XV e XVI, cruzando o país de leste a oeste.

 

Informações, dados e curiosidades:

 

- Um dos mais importantes filósofos da China Antiga foi Confúcio (criador do Confucionismo). Ele defendia a ideia de que a natureza humana é boa, porém, é corrompida pelo uso indevido do poder. Este pensamento foi muito utilizado para explicar o período de fragmentação política, vivido pela China no século X.


- O taoísmo, espécie de tradição filosófica e religiosa oriental, foi criado na China Antiga. O sábio e filósofo chinês Lao Zi (Lao-Tzu ou Lao-Tse) foi quem, no século VI a.C., criou o taoísmo.


- A dinastia Han, que governo a China entre os séculos III a.C. e III d.C. foi responsável por grande desenvolvimento. Durante esse período, ocorreu a ampliação da Grande Muralha da China, cargos administrativos foram criados e ocupados pelos mandarins e a Rota da Seda (ligava a China ao Ocidente) foi aberta.

 

- Um dos períodos de maior desenvolvimento da China Antiga ocorreu durante o reinado do imperador Qin (247 a.C. a 221 a.C.). Ele unificou a China e criou o Primeiro Império, além de ter implantado um sistema único de medidas, pesos e escrita. Na área militar, ele expandiu as fronteiras do império chinês.

 

Qin Shihuang foi primeiro imperador chinês
Qin Shihuang, primeiro imperador da China. Seu reinado foi de 247 a.C. a 221 a.C.

 

 

A Rota da Seda na China Antiga

 

Entre os séculos VIII e XIV, houve um grande desenvolvimento comercial na China.

 

O desenvolvimento da agricultura e do e comércio possibilitou que a China firmasse importantes laços comerciais com povos vizinhos do Oriente e também com reinos e cidades do Ocidente.

 

A Rota da Seda também tinha várias vias de ligação com outras regiões como, por exemplo, Índia, Arábia, Rússia e até Egito. Havia também interligações por trechos marítimos como, por exemplo, com o Mar Mediterrâneo (dominado pelos comerciantes de Gênova e Veneza), Mar da Arábia, Golfo Pérsico e Mar da China.

 

Os vários caminhos entre a China e a Europa, que passava pela região do Oriente Médio, ficaram conhecidos como Rotas da Seda. Esse nome foi dado, pois a China era a grande produtora de seda, produto muito valorizado na época, e vendia para várias regiões da Europa. Esse comércio era extremamente lucrativo para os comerciantes chineses.

 

Os comerciantes que utilizavam essa rota, vendiam e compravam diversos tipos de produtos. Entre eles, podemos citar: seda, especiarias (cravo, canela, noz-moscada, pimenta, entre outros temperos), sal, óleos, gengibre, cerâmicas e etc.

 

As principais regiões pelas quais passava a rota da Seda eram: China, região central da Ásia, Pérsia e Turquia.

 

Pintura chinesa representando a Rota da Seda
Rota da Seda: representação antiga feita na China.

 

 

VOCABULÁRIO DO TEXTO:

 

- Dinastia: série de reis ou imperadores, que sucedem o trono sucessivamente, por nascimento (transmissão hereditária de poder, de pai para filho).

- Mongóis: grupo étnico que habitava a região da Ásia Central (norte da China).


- Budismo: sistema religioso e filosófico fundado por Buda, Sidarta Gautama (563 a.C.-463 a.C.).


- Confucionismo: sistema filosófico criado na China Antiga por Confúcio (551 a.C.- 479 a.C.).


- Mandarins: na China antiga eram os altos funcionários públicos.

 



TEXTO COMPLEMENTAR: A MURALHA DA CHINA

 

A Muralha da China, também conhecida como a Grande Muralha, foi construída durante a época Imperial da História da China com objetivos militares (proteger a China contra a invasão dos povos do Norte). A construção, que é uma fortificação, começou por volta do ano 220 a.C., por ordem do imperador Qin Shi Huangdi. Ela foi terminada apenas no século XV, durante a Dinastia Ming.

 

Esta construção possui cerca de 21,9 mil quilômetros de extensão (contanto com as diversas ramificações), sendo a maior do mundo. Na média, ela tem entre 6 e 7 metros de altura e 4 a 5 metros de largura.

 

Ela foi construída com materiais disponíveis em cada região do território chinês. A construção envolveu centenas de milhares de trabalhadores, soldados e camponeses e aproveitou outras muralhas antigas e estruturas militares (torres).

 

A muralha não é uniforme, sendo composta de torres de vigilância, fortes e portas.  Embora algumas pessoas afirmem que ela é a única construção possível de ser visualizada da Lua, esta informação não é comprovada.

 

Na década de 1980, foi transformada no símbolo da China. Em 2007, foi eleita como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.

 

É considerada Patrimônio Mundial da Unesc e é um dos pontos de turismo cultural mais visitados do Oriente.

 

Muralha da China com torres de vigia

Muralha da China na região noroeste do centro de Pequim.

 

 

Veja também:

 


Deuses da Mitologia Chinesa

14 Curiosidades sobre a China

Budismo


China: dados gerais


Cultura Chinesa


Dinastia Shang


Dinastia Zhou


Dinastias Chinesas


Principais Filósofos Chineses


Revolução Chinesa

 

 

 

QUIZ

 

Qual grandiosa obra arquitetônica foi construída na China Antiga com objetivos militares?

 






 

 

 




Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).