Guerra da Cisplatina
A Guerra da Cisplatina foi um conflito militar entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata.
O que foi
Também conhecida como Guerra Argentino-brasileira, a Guerra da Cisplatina foi um conflito militar, que ocorreu entre 1825 e 1828, no território que hoje é o Uruguai. O conflito teve como combatentes o Império Brasileiro contra as Províncias Unidas do Rio da Prata.
Contexto: antecedentes e causas principais
A guerra se deu na esteira da libertação das Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) da Espanha e centrou-se na Bacia do Rio da Prata. Depois de uma série de incidentes de banditismo, o império português invadiu a região em 1816, anexando-a sob o nome de Cisplatina. Ela se tornou parte do Império do Brasil após sua independência, em 1822.
Como foi a guerra
As Províncias Unidas do Rio da Prata não aprovaram a aquisição brasileira de suas terras. Liderados por Juan Antonio Lavalleja e Fructuoso Rivera, lutaram então para tentar restabelecer a soberania sobre a região.
Em 1825, um grupo do Banco Oriental se reuniu e reafirmou sua lealdade às Províncias Unidas, declarando sua independência do Brasil. Insatisfeito com esse resultado, o Brasil declarou guerra. Seguiu-se então uma série de batalhas (Ituzaingó, Sarandi, Juncal, Monte Santiago), que se tornaram economicamente exaustivas.
Fim da guerra e principal consequência
Com a pressão pública para que a guerra chegasse ao fim, o Brasil e as Províncias Unidas assinaram, sob mediação britânica, o Tratado de Montevidéu de 1828, que concedeu independência à Cisplatina como a República Oriental do Uruguai.
Comandantes brasileiros na guerra:
• Pedro I do Brasil
• Almirante Rodrigo Pinto Guedes
• Marquês de Barbacena
• General Carlos Federico Lecor (Visconde de Laguna)
Ituzaingó: uma das principais batalhas da Guerra da Cisplatina
A Batalha de Ituzaingó, ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, foi um dos principais confrontos da Guerra da Cisplatina, travada entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, que hoje compõem a Argentina e o Uruguai. Localizada nas proximidades do rio Santa Maria, no atual território uruguaio, essa batalha resultou em uma vitória das forças platinas sobre o exército brasileiro, apesar de o conflito em si não ter sido decisivo para o fim da guerra. O exército brasileiro, comandado pelo marechal Felisberto Caldeira Brant, o marquês de Barbacena, enfrentou dificuldades de organização e logística, enquanto o lado platino, sob o comando do general argentino Carlos María de Alvear, conseguiu coordenar um ataque eficaz e infligir pesadas baixas aos brasileiros. No entanto, apesar da vitória em Ituzaingó, as Províncias Unidas não conseguiram manter uma vantagem significativa na guerra, que terminaria em 1828 com a assinatura de um tratado mediado pela Inglaterra, resultando na independência da região cisplatina e na criação do Uruguai como um estado independente.
Curiosidades históricas:
- O imperador brasileiro na época, D. Pedro I, foi um dos principais líderes e comandantes das forças do Império Brasileiro durante a guerra. A derrota brasileira provocou o enfraquecimento político do imperador, sendo uma das principais causas de sua abdicação em abril de 1831.
- A Guerra da Cisplatina (1825-1828) foi a única guerra internacional travada pelo Império do Brasil após a independência.
Batalha do Passo do Rosário (Batalha de Ituzaingó), ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, durante a Guerra da Cisplatina. |
Questões sobre o texto:
1. Sobre a Guerra da Cisplatina, é correto afirmar que:
a) Foi um conflito entre o Império Brasileiro e o Império Espanhol, ocorrido entre 1825 e 1828.
b) Ocorreu em território uruguaio e envolveu o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata.
c) Resultou na anexação da região da Cisplatina pelo Império Brasileiro.
d) Aconteceu devido a disputas territoriais entre o Brasil e o Paraguai.
e) Foi travada apenas por motivos econômicos entre o Brasil e o Reino Unido.
2. Um dos antecedentes da Guerra da Cisplatina foi:
a) A abdicação de D. Pedro I após pressão popular.
b) A independência das Províncias Unidas do Rio da Prata e o desejo do Brasil de anexar a Bacia do Rio da Prata.
c) A interferência da Espanha na independência do Brasil.
d) A ocupação portuguesa da Cisplatina em 1816, antes da independência brasileira.
e) A invasão das forças britânicas no Rio da Prata em 1825.
3. Uma das batalhas mais importantes da Guerra da Cisplatina foi:
a) A Batalha de Juncal, que foi decisiva para o fim do conflito.
b) A Batalha de Monte Santiago, que resultou em vitória brasileira.
c) A Batalha de Ituzaingó, onde as forças platinas obtiveram uma vitória sobre o exército brasileiro.
d) A Batalha de Sarandi, que levou à independência da região cisplatina.
e) A Batalha de Rio Grande, que garantiu a soberania brasileira.
4. O Tratado de Montevidéu de 1828 resultou na:
a) Anexação da Cisplatina pelo Império do Brasil.
b) Continuação da guerra até a abdicação de D. Pedro I.
c) Transferência do controle da região cisplatina para a Espanha.
d) Formação de uma colônia britânica na Bacia do Rio da Prata.
e) Independência da Cisplatina, formando a República Oriental do Uruguai.
5. Entre os líderes das forças brasileiras durante a Guerra da Cisplatina, destaca-se:
a) General Carlos María de Alvear, que organizou um ataque decisivo contra as forças platinas.
b) Marechal Felisberto Caldeira Brant, o marquês de Barbacena, que liderou a Batalha de Ituzaingó.
c) Juan Antonio Lavalleja, que comandou o exército brasileiro nas batalhas finais.
d) Fructuoso Rivera, responsável pelas operações navais do Brasil.
e) Visconde de Laguna, comandante das forças platinas em Ituzaingó.
Gabarito:
1. b
2. d
3. c
4. e
5. b
Revisado por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Bibliografia e vídeos indicados:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Edusp, 1995.
DAVID, Carneiro. História da Guerra da Cisplatina. São Paulo: Companhia Editora Naciona, 2005.
Vídeo indicado no YouTube:
A GUERRA DA CISPLATINA - Canal Vogalizando a História