Idade das Trevas

Idade das Trevas é uma expressão utilizada de forma incorreta para fazer referência à Idade Média.

 

Introdução (o que é esse período)

O termo "Idade das Trevas" foi usado pela primeira vez pelo estudioso italiano Petrarca na década de 1330 para descrever o período histórico europeu que se seguiu à queda do Império Romano Ocidental, que ele viu como uma época de declínio cultural e intelectual em comparação com a antiguidade clássica dos gregos e romanos.

 

A expressão Idade das Trevas para se referir à Idade Média (séculos V ao XV) também foi muito utilizada no passado por historiadores. Estes usaram esta expressão, pois, assim como Petrarca, tinham como referências as culturas greco-romanas e da época do Renascimento. De acordo com estes historiadores, a Idade Média foi uma época com pouco desenvolvimento cultural, pois a cultura foi controlada pela Igreja Católica. Afirmavam também que praticamente não ocorreu desenvolvimento científico e técnico, pois a Igreja impedia estes avanços ao colocar a fé como único caminho a seguir.

O problema do uso da expressão "Idade das Trevas"

 

Porém, a partir da segunda metade do século XX, com novos estudos históricos sobre a cultura e ciência da Idade Média, houve uma nova visão sobre este período e o termo foi sendo abandonado. Alguns historiadores chegaram a conclusão que o desenvolvimento cultural e científico foi muito rico durante a época Medieval.

 

Ocorreram avanços científicos e técnicos (exemplo da arquitetura). As Universidades Medievais foram ricos centros de produção de conhecimentos e debates. 

 

Atualmente, o uso do termo “Idade das Trevas” é considerado preconceituoso e também incorreto, pois desqualifica a cultura, a ciência e a arte da Idade Média. 

 

Universidades se desenvolveram durante a Baixa Idade Média em quase todas as grandes cidades da Europa. Na imagem acima uma reunião de doutores na Universidade de Paris. Os estudos e as ciências se desenvolveram na Idade Média, logo é incorreto chamá-la de "Idade das Trevas".

 

 

 

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Atualizado em 15/02/2024

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).