Cultura Argentina
A cultura da Argentina é caracterizada por uma vibrante mistura de influências europeias e indígenas, refletida na paixão pelo tango, na rica tradição literária, no amor pelo futebol e na renomada gastronomia, destacando a carne bovina e o vinho.
Introdução
A Argentina é considerada a república mais europeia da América do Sul, com a maioria dos argentinos sendo descendentes de espanhóis e outros colonos europeus. A cultura argentina moderna tem sido grandemente influenciada por essa população imigrante, mas com um toque sul-americano. A paixão latino-americana é combinada com um estilo de vida cosmopolita europeu. O caráter de Buenos Aires, a capital cultural, tem origem em sua alta proporção de descendentes europeus, além de sua imitação da moda, arquitetura e design europeus.
Já a população indígena é estimada em pouco menos de 2% da população total, com alguns residindo no noroeste e outros vivendo no nordeste. O restante dos indígenas, particularmente os da região central dos pampas, foi quase totalmente exterminado pelos espanhóis. Como resultado, a cultura argentina tem uma influência indígena mínima, embora a erva-mate seja originária dos guaranis.
Podemos dizer que a cultura argentina recebeu fortes influências das culturas indígena, espanhola e italiana.
Os gaúchos
Na Argentina, Chile, sul do Brasil, Bolívia, Uruguai e Paraguai, o nome “gaúcho” refere-se aos pastores dos pampas que cuidavam do gado nos séculos XVIII e XIX. Eles eram mestiços, de ascendência europeia e indígena. O termo deriva de gacho, que significa “camponês” e “amante”, ou huacchu, que significa “solitário” e “órfão”. Os gaúchos são uma parte definitiva da cultura argentina e um símbolo nacional. Suas roupas tradicionais consistem de um poncho, calças largas e um chapéu de abas largas.
O tango e o futebol: duas paixões nacionais
Acredita-se que o tango tenha se originado no início dos anos 1900, nos arredores de Buenos Aires, nas áreas de classe baixa. Trata-se de um estilo de dança bastante intimista, dançado ao ritmo do bandoneon (instrumento semelhante ao acordeão). Hoje ele faz parte da identidade argentina e é um de seus principais símbolos, assim como o futebol, considerado o esporte nacional. O futebol foi introduzido na segunda metade de 1800 pelos imigrantes britânicos em Buenos Aires e hoje mais de 90% da população declara lealdade a algum clube. O país abriga vários grandes estádios, alguns deles importantes atrações turísticas, como o La Bombonera, localizado no bairro La Boca.
"La Bombonera": estádio do Boca Juniors. O futebol é o esporte mais popular na Argentina. |
Cozinha
A Argentina é o maior consumidor mundial de carne vermelha. “Parillas” são restaurantes especializados em carne grelhada. Pratos e comidas típicas incluem asado (churrasco), empanadas (espécie de pastel assado com recheios de vários sabores), frios e queijos acompanhados de pão, mate (infusão de erva-mate, tomada em geral sem açúcar), doce de leite e alfajores (biscoitos doces recheados com doce de leite).
Churrasco (asado): prato típico da culinária argentina. |
Literatura
No campo da Literatura, a Argentina se destaca com escritores de reconhecimento mundial. Entre eles, podemos citar: Jorge Luis Borges (autor de Ficções e O Aleph), Julio Cortázar (autor de Histórias de Cronópios e de Famas) e mais atualmente Samantha Schweblin (autora de Pássaros na boca e Sete casas vazias).
Artes Plásticas
As artes plásticas na Argentina, abrangendo todas as artes visuais, são caracterizadas por uma rica mistura de influências indígenas e europeias, refletindo a história colonial do país e os padrões de imigração. O final do século XIX e início do século XX marcaram uma época significativa para as artes plásticas argentinas, coincidindo com a expansão cultural e econômica do país. Artistas como Ernesto de la Cárcova e Eduardo Sívori introduziram o realismo e o naturalismo, enquanto outros enfatizaram temas locais em seus trabalhos. Este período também viu um aumento na arte pública e monumental nas cidades argentinas.
Em meados do século XX, a Argentina tornou-se um centro de movimentos modernistas e de vanguarda nas artes plásticas, com artistas como Antonio Berni abordando temas sociais e políticos por meio de vários meios. Os movimentos Madí e Arte Concreto Invención, liderados por artistas como Gyula Kosice e Tomás Maldonado, introduziram materiais não tradicionais e focaram na abstração geométrica, ampliando os limites das formas de arte tradicionais. A cena artística contemporânea argentina continua a se diversificar hoje, com artistas explorando vários meios, estilos e temas, ganhando reconhecimento internacional e contribuindo significativamente para o diálogo artístico global.
Revisado por Jefferson Evandro M. Ramos (graduado em História pela Universidade de São Paulo).
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