Atomismo na Filosofia
O atomismo é uma corrente filosófica que surgiu e se desenvolveu na Grécia Antiga, no século V a.C.
O que foi o Atomismo
O Atomismo na filosofia é uma teoria que propõe que o universo e toda a matéria nele contida são compostos por blocos construtivos muito pequenos, indivisíveis e indestrutíveis conhecidos como átomos. Essa ideia, surgindo na Grécia Antiga, contrasta com a noção de matéria infinitamente divisível. O atomismo procurou explicar o mundo de uma forma que não invoca o sobrenatural, inclinando-se para uma abordagem mais racional e científica.
Principais ideias filosóficas atomistas:
• A ideia central do atomismo é que tudo no universo é composto de átomos, movendo-se através do vazio (espaço). Os átomos são eternos, indivisíveis e indestrutíveis, e suas combinações e movimentos dão origem ao mundo visível. Esses movimentos são aleatórios e sem propósito, desafiando as visões teleológicas do universo que dominaram o pensamento antigo.
• Os atomistas também acreditavam que existem um número infinito de átomos e mundos, com átomos diferindo em forma, tamanho e peso. Este conceito foi revolucionário, pois proporcionou uma explicação materialista para a diversidade do mundo, sem recorrer a explicações mitológicas ou sobrenaturais.
Leucipo de Mileto: filósofo que é considerado o principal criador do Atomismo. |
Exemplos de Filósofos Atomistas:
Leucipo (século V a.C.): muitas vezes considerado o fundador do atomismo, pouco se sabe sobre a vida de Leucipo. Ele propôs os postulados fundamentais dos átomos e do vazio, estabelecendo as bases para a teoria atomista. Suas ideias foram uma resposta direta aos Eleatas, que negavam a realidade do movimento e da mudança.
Demócrito (c. 460 – c. 370 a.C.): aluno de Leucipo, Demócrito é o mais famoso dos atomistas antigos. Ele expandiu e detalhou as ideias de Leucipo, fornecendo uma descrição mais detalhada dos átomos e seus movimentos. Demócrito é conhecido por sua formulação da teoria de que o universo é composto de espaço vazio e um número infinito de átomos que colidem e rebatem uns nos outros. Ele também teorizou que as propriedades da matéria (como sabor, cor e temperatura) surgem do arranjo dos átomos.
Epicuro (341–270 a.C.): embora não fosse um proponente original do atomismo, Epicuro adotou a filosofia atomista e a integrou em seu próprio sistema filosófico. Ele modificou o atomismo para melhor alinhá-lo com seus ensinamentos éticos, introduzindo a ideia de 'desvio' (ou 'clinâmen') que permitia o livre arbítrio em um universo de outra forma determinista. A versão de atomismo de Epicuro era menos focada na natureza física dos átomos e mais em seu papel na felicidade humana e na evitação do sofrimento.
Lucrécio (c. 99 – c. 55 a.C.): poeta e filósofo romano, Lucrécio era seguidor de Epicuro. Em seu poema "De Rerum Natura" (Sobre a Natureza das Coisas), ele forneceu uma exposição abrangente da filosofia epicurista e do atomismo para um público romano. Seu trabalho é nossa principal fonte para entender o atomismo epicurista e descreve vividamente a natureza do universo, o movimento dos átomos e a condição humana sob uma perspectiva atomística.
Cada um desses filósofos contribuiu para o desenvolvimento e a disseminação do pensamento atomista, fornecendo uma base para investigações científicas posteriores sobre a natureza da matéria e do universo.
Lucrécio: importante filósofo atomista romano da Antiguidade. |
Publicado em 25/01/2024
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Fonte de referência do artigo:
- MARCONDES, Danilo. O surgimento da filosofia na Grécia antiga: Uma iniciação à filosofia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2018.