Filosofia da Linguagem
A filosofia da linguagem é um ramo da filosofia que explora a natureza, origens e uso da linguagem.

O que é a Filosofia da Linguagem?
A Filosofia da Linguagem é um ramo da filosofia que investiga a natureza, as origens e o uso da linguagem. Ela explora a relação entre a linguagem, os usuários da linguagem e o mundo, bem como os conceitos com os quais a linguagem é descrita e analisada.
Vale dizer que este campo da filosofia é distinto da linguística, que é mais empírica, pois se aprofunda nos fundamentos conceituais da linguagem e suas implicações para o pensamento, a comunicação e a compreensão humanos.
Origem da Filosofia da Linguagem
A Filosofia da Linguagem surgiu como um campo de investigação distinto nos séculos XIX e início do XX, embora suas raízes possam ser rastreadas até as tradições filosóficas antigas. O interesse filosófico inicial na linguagem pode ser encontrado nas obras de Platão e Aristóteles, que refletiram sobre a relação entre palavras e mundo. No entanto, foi somente com os trabalhos de filósofos como Gottlob Frege e Ferdinand de Saussure que a Filosofia da Linguagem começou a tomar sua forma moderna. O século XX viu uma expansão significativa do campo, com o desenvolvimento da filosofia analítica e a virada linguística, que enfatizou o papel central da linguagem na filosofia.
O que estuda, características, teorias e ideias ligadas à Filosofia da Linguagem:
• Significado: os filósofos da linguagem investigam a natureza do significado, como as palavras e frases adquirem seus significados e como os ouvintes os interpretam.
• Referência: isso envolve o estudo de como as palavras se relacionam com as coisas que representam ou referenciam no mundo.
• Intencionalidade: é a qualidade dos pensamentos e declarações que são sobre ou direcionados as coisas fora de si mesmos.
• Atos de Fala: o campo examina como proferir uma sentença pode constituir uma ação, como prometer ou comandar.
• A Estrutura da Linguagem: os filósofos analisam a estrutura lógica da linguagem e a relação entre sintaxe, semântica e pragmática.
• Descritivismo e Referência Direta: são teorias sobre como nomes e outras expressões de referência se conectam aos seus referentes.
• Sentido e Referência: uma distinção introduzida por Frege para diferenciar entre o significado de um termo e seu referente.
• Argumento da Linguagem Privada: o argumento de Wittgenstein de que uma linguagem compreensível por apenas um indivíduo é incoerente.
• Teoria dos Atos de Fala: desenvolvida por Austin e aprofundada por Searle, categoriza e explica as várias ações realizadas por meio da fala.
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Noam Chomsky: importante pensador da Filosofia da Linguagem. |
Principais pensadores da Filosofia da Linguagem e suas obras:
Gottlob Frege: seu trabalho "Sobre Sentido e Referência" (1892) introduziu a distinção entre o sentido de uma expressão e sua referência, influenciando profundamente a filosofia da linguagem subsequente.
Ludwig Wittgenstein: em "Tractatus Logico-Philosophicus" (1921) e "Investigações Filosóficas" (1953), Wittgenstein explorou os limites da linguagem e a natureza do significado.
Bertrand Russell: seu ensaio "Sobre Denotação" (1905) introduziu a teoria das descrições, que tem sido influente no estudo da referência e das descrições definidas.
J.L. Austin: em "Como Fazer Coisas com Palavras" (1962), Austin desenvolveu a teoria dos atos de fala, que analisa os aspectos performativos da linguagem.
Saul Kripke: sua obra "Naming and Necessity" (1980) desafia o descritivismo e introduz a teoria causal da referência, que se tornou um debate central na filosofia da linguagem.
Noam Chomsky: conhecido por seu trabalho sobre a natureza das estruturas sintáticas e o conceito de uma gramática universal, o "Estruturas Sintáticas" (1957) de Chomsky revolucionou o estudo da linguagem.
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Ludwig Wittgenstein: outro importante representante da Filosofia da Linguagem no século XX. |
Publicado em 27/03/2024
Por Equipe Sua Pesquisa (revisado por Jefferson E. M. Ramos)
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Bibliografia e vídeos indicados:
Fonte de referência do artigo:
- FIORIN, J. L. Os estudos linguísticos e a filosofia da linguagem: interfaces e perspectivas. Cadernos de Letras, n. 39, p. 19-34, 2003.