O que é um Fiorde?

Um fiorde é um vale profundo e estreito, com paredes íngremes, formado pela ação de geleiras e inundado pelo mar.

O que é um fiorde?

Um fiorde é um longo e estreito braço de mar, frequentemente ladeado por penhascos íngremes ou montanhas, formado pela erosão glacial de vales. Geralmente profundos e se estendendo para o interior, os fiordes estão entre as formações costeiras mais espetaculares e únicas encontradas na Terra.

Os fiordes são exemplos notáveis do poder das forças naturais na formação da paisagem do nosso planeta. Eles oferecem cenários deslumbrantes e ecossistemas únicos, tornando-os não apenas importantes características geográficas, mas também tesouros culturais e ecológicos significativos.

Como um fiorde é formado?


Os fiordes são formados por um processo que começa com o movimento das geleiras. Durante a última Era do Gelo, grandes geleiras esculpiram vales profundos enquanto se moviam em direção ao mar. Essas geleiras, compostas por neve e gelo compactados, agiam como rios lentos de gelo, erodindo a terra sob elas com imensa força. Com o tempo, as geleiras aprofundaram e alargaram esses vales, criando uma seção transversal em forma de "U", típica dos fiordes. Quando as geleiras eventualmente derreteram e recuaram, os vales que haviam esculpido se encheram de água do mar, resultando na formação dos fiordes.

Principais características geográficas dos fiordes:


• Penhascos e lados íngremes: os fiordes são caracterizados por seus penhascos íngremes ou montanhas que se erguem de forma dramática em ambos os lados. Isso se deve à ação erosiva poderosa das geleiras que esculpiram esses vales profundos, criando paisagens acidentadas e abruptas.


• Águas profundas: os fiordes geralmente possuem águas muito profundas, às vezes atingindo profundidades de centenas de metros. As mesmas forças glaciais que moldaram os penhascos também esculpiram os fundos dos vales, tornando os fiordes muito mais profundos do que o mar ao redor.


• Vales em forma de "U": uma característica geográfica clássica dos fiordes é o formato de vales em "U", que difere dos vales em "V" formados por rios. Esta forma é um resultado direto da erosão glacial, onde o gelo em movimento desgastou os fundos dos vales, tornando-os largos e planos com lados íngremes.


• Presença de morenas terminais: nas bocas de muitos fiordes, é comum encontrar morenas terminais, que são cordilheiras de detritos deixados para trás pelas geleiras em retração. Essas morenas podem criar áreas rasas ou soleiras submersas, o que pode afetar a circulação da água e criar ambientes marinhos únicos dentro dos fiordes.

Fiorde de Geiranger na Noruega

Exemplos de regiões do mundo onde os fiordes são encontrados:

- Península Escandinava, especialmente a Noruega, é conhecida por sua costa repleta de fiordes impressionantes como os de Sogne, Geiranger, Hardanger e Lyse, que atraem turistas por suas paisagens deslumbrantes. A Suécia também possui alguns fiordes, embora em menor quantidade.

 

- Canadá, particularmente ao longo da costa da Colúmbia Britânica e em Terra Nova e Labrador. Aqui, fiordes como o Saguenay, em Quebec, e o Bonne Bay, em Terra Nova, mostram paisagens costeiras acidentadas moldadas por geleiras.


- Nova Zelândia, especialmente na região sudoeste conhecida como Fiordland. Esta área abriga vários fiordes icônicos, incluindo o Milford Sound e o Doubtful Sound, famosos por sua paisagem deslumbrante e ecossistemas diversos.


- Chile, ao longo de sua costa sul, particularmente na Patagônia. Esta região é pontilhada de numerosos fiordes, como os fiordes Aysén e Última Esperanza, que são cercados por paisagens impressionantes de campos de gelo, florestas e montanhas.


- Groenlândia e Alasca também possuem sistemas significativos de fiordes. Na Groenlândia, fiordes como o Scoresby Sund, o maior sistema de fiordes do mundo, são notáveis, enquanto a Passagem Interior do Alasca é repleta de inúmeros fiordes, como o Tracy Arm e os Fiordes de Kenai.

 

Fiorde de Sogn na Noruega

 

 

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Por Marcia Rodrigues - Professora de Geografia - Graduada pela Universidade de Guarulhos (2005)

Publicado em 11/09/2024