Segunda Cruzada

A Segunda Cruzada ocorreu entre 1147 e 1150.

São Bernardo convocando a Segunda Cruzada
São Bernardo convocando a Segunda Cruzada


Quando ocorreu e líderes

 

A Segunda Cruzada ocorreu entre os anos de 1147 e 1150. Ela teve como líder Luis VII (rei da França) e Conrado III (rei do Sacro Império). Do ponto de vista religioso, ela foi defendida e convocada por São Bernardo de Claraval.

 

Contexto histórico da Segunda Cruzada

 

Para entendermos a Segunda Cruzada, precisamos conhecer como terminou a Primeira Cruzada (1096 a 1099). O primeiro movimento militar-religioso foi favorável aos cristãos, pois os cruzados conseguiram, em 1099, expulsar os muçulmanos e reconquistar a Terra Santa (Jerusalém), além de implantarem um sistema feudal na região.

 

Porém, os muçulmanos não aceitaram a presença dos europeus cristãos na região. Em 1144, organizaram um ataque à cidade de Edessa e a conquistaram. Em 1145, a notícia chegou a Europa. Pela segunda vez, a cristandade resolveu organizar uma nova Cruzada.

 

Principais causas:

 

A causa primária e imediata da Segunda Cruzada foi a queda de Edessa em 1144. Edessa, um dos estados cruzados estabelecidos após a Primeira Cruzada, foi conquistada pelas forças muçulmanas sob Zengi, o Atabegue de Mossul. Esta perda foi um golpe significativo para o mundo cristão e serviu como um chamado para uma nova cruzada.


Assim como na Primeira Cruzada, motivações religiosas desempenharam um papel crucial. A queda de Edessa foi vista como um desastre pelo Ocidente cristão, e havia um forte ímpeto religioso para responder a essa perda. O Papa Eugênio III, com sua bula papal "Quantum praedecessores", convocou a cruzada, instando a recuperação dos territórios perdidos e a defesa do Oriente cristão.


São Bernardo de Claraval, uma figura religiosa proeminente, promoveu vigorosamente a cruzada. Sua pregação carismática e autoridade moral foram fundamentais para mobilizar o apoio em diferentes estratos da sociedade europeia. O envolvimento de Bernardo deu à cruzada um peso religioso e moral significativo.


O contexto geopolítico mais amplo também desempenhou um papel. O Império Bizantino, ameaçado pelos avanços muçulmanos, incentivou a intervenção ocidental. Além disso, havia rivalidades internas na Europa que foram, até certo ponto, canalizadas para o esforço da cruzada.


A ideia de peregrinação à Terra Santa estava profundamente enraizada na psique cristã medieval. A Segunda Cruzada, como a primeira, foi parcialmente motivada pelo desejo de muitos indivíduos de empreender uma peregrinação, que também era vista como um ato de penitência.


Para alguns participantes, também havia motivações econômicas e sociais. A cruzada ofereceu oportunidades de riqueza e avanço social, particularmente para os filhos mais novos da nobreza que não tinham muita herança na Europa.


O envolvimento de líderes de alto perfil como o Rei Luís VII da França e o Imperador Conrado III do Sacro Império Romano deu à cruzada um sentido de legitimidade e urgência. Sua participação foi parcialmente motivada por um senso de dever religioso e pelo desejo de glória e prestígio.



Como foi e resultados principais:

 

Em 1148, os cruzados cercaram e começaram a atacar a cidade de Damasco que estava muito bem protegida pelos muçulmanos. Após receber ajuda militar, os muçulmanos conseguiram proteger a cidade e os europeus tiveram que partir para outra região.

 

Porém, esse segundo movimento não foi tão bem-sucedido, no Oriente, quanto ao primeiro e fracassou, não atingindo seus objetivos.

 

A única vitória dos cruzados ocorreu em Portugal, quando os eles conseguiram tomar a cidade de Lisboa dos muçulmanos, em 1147.

 

Cruzados atacando a cidade de Damasco
Cruzados atacando a cidade de Damasco: iluminura medieval sobre a Segunda Cruzada.

 

 



Atualizado em 18/12/2023

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).