DIP: Departamento de Imprensa e Propaganda
O Departamento de Imprensa e Propaganda foi criado em 1939 por Getúlio Vargas e serviu para a propaganda do governo e para censura.
O que foi
O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) foi um órgão federal, criado pelo governo Getúlio Vargas, em dezembro de 1939. Seu objetivo principal era fortalecer o poder do Estado.
Contexto histórico
O DIP foi criado no período conhecido como Estado Novo (1937-1945), caracterizado pelo governo autoritário e ditatorial de Vargas, pelo populismo e pelo nacionalismo. Portanto, esse departamento surgiu da intenção do presidente em controlar e censurar a imprensa brasileira, assim como outras atividades que envolvessem divulgação de ideias e informações.
Vale lembra que nesse período, a Europa mergulhou na experiência do fascismo. Governos fascistas na Itália e na Alemanha também utilizaram sistemas de censura e controle para barrar oposições, influenciar ideologicamente a população e promover as figuras dos líderes. O governo Vargas, no Estado Novo, guardada as devidas proporções, trilhou esse mesmo caminho nas áreas da propaganda e censura.
Principais funções e objetivos do DIP
- Censurar jornais, revistas, livros, filmes de cinema, programas de rádio, peças de teatro e músicas. O DIP só autorizava notícias e divulgação de ideias que fossem favoráveis ao governo. Qualquer crítica ou manifestação de oposição ao governo era censurada. Dessa forma, Vargas conseguia abafar as contestações e oposições políticas e culturais ao seu governo.
- Fazer propaganda positiva do governo Vargas, divulgando ações que enalteciam a figura do presidente e a ideologia política do Estado Novo. Nesse sentido, o DIP criou propagandas, cartazes e divulgou notícias e informações nas rádios, sempre com a intensão de valorizar e engrandecer as políticas de Vargas. O DIP também organizava diversas comemorações cívicas (a principal era a do Dia do Trabalho em 1 de maio), para promover o governo e o nacionalismo (uma das principais características do governo Vargas) e aproximar o presidente das camadas populares da sociedade.
- Atrair artistas, músicos e movimentos culturais para atuar ao lado da propaganda e da ideologia do governo. Muitos músicos, por exemplo, passavam a fazer músicas enaltecendo o governo, a imagem do brasileiro trabalhador e os ideais do nacionalismo. Houve casos em que músicos mudaram a letra da música para não só fugir da censura como também para agradar ao DIP e ao governo.
Cartaz divulgado pelo DIP, em 1944, para fazer propaganda de Getúlio Vargas. |
Saiba mais:
Conheça o decreto federal (DECRETO-LEI Nº 1.915, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1939.) que criou o DIP, no website do Planalto (governo brasileiro).
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Bibliografia Indicada
Fontes de referência do texto:
- CARONE, Edgard. A Terceira República (1937-1945). São Paulo: Ática, 1989.
- FAUSTO, Boris. O Brasil republicano: sociedade e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.