Escolas Literárias Portuguesas

As principais escolas da Literatura Portuguesa e seus principais representantes, escritores e período de cada escola em ordem cronológica.

Fernando Pessoa: um dos principais representantes da Literatura Portuguesa
Fernando Pessoa: um dos principais representantes da Literatura Portuguesa

 

Escolas Literárias Portuguesas e seus principais escritores:

 

 

1. Trovadorismo (1189 – 1418)

 

O Trovadorismo é marcado pela poesia lírica e satírica, sendo a primeira manifestação literária da língua portuguesa. As principais formas poéticas incluem a cantiga de amor, de amigo e de escárnio e maldizer.

Esta escola literária reflete a sociedade feudal e os valores cortesãos da época, com forte influência dos trovadores provençais e da cultura ibérica.

 

Principais representantes: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Juan Airas de Santiago, Aires Nunes e Meendinho.



2. Humanismo (1418-1527)

 

Na literatura, esta fase é marcada pela crítica social e pela observação do comportamento humano, com destaque para a prosa historiográfica e o teatro de Gil Vicente.

 

Principais representantes: Fernão Lopes, Garcia de Resende, Francisco Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e Gil Vicente.



3. Classicismo, Renascimento e Quinhentismo (1500 – 1600)

 

Durante o Classicismo, a literatura portuguesa foi profundamente influenciada pelo Renascimento europeu, caracterizando-se pelo equilíbrio, harmonia e a busca pela perfeição formal. A obra "Os Lusíadas", de Luís de Camões, é emblemática deste período, celebrando os feitos históricos portugueses e explorando temas da mitologia clássica.

 

Principais representantes: Luís de Camões, Diogo Bernardes e Cristóvão Falcão.



4. Barroco (1601 – 1768)

 

O Barroco em Portugal é conhecido pela sua expressão extravagante e pelo uso de contrastes e antíteses, refletindo as tensões da época entre o espiritual e o material. A literatura barroca explora a efemeridade da vida e a luta entre o desejo dos prazeres terrenos e a aspiração à salvação eterna.

 

Principais representantes: Antônio Serrão de Castro, Antônio Brandão, Manuel de Faria e Souza e Francisco Manuel de Melo.

 

 

5. Arcadismo (1768 – 1836)

 

O Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, surgiu como uma reação ao Barroco, adotando princípios de simplicidade, naturalidade e um retorno à antiguidade clássica. A poesia arcádica é pastoral e idílica, destacando-se pela valorização da vida no campo e pela crítica à vida urbana e ao despotismo.

 

Principais representantes: Cruz e Silva, Teotônio Gomes de Carvalho, Manuel Maria Barbosa du Bocage, Pedro António Correia Garção, Francisco José Freire, Nicolau Tolentino de Almeida e Manuel Nicolau Esteves Negrão.



6. Romantismo (1825 – 1881)

 

O Romantismo em Portugal iniciou-se com a obra "Camões" de Almeida Garrett e caracteriza-se pela valorização dos sentimentos, do nacionalismo e da liberdade criativa. A prosa romântica desenvolve-se com a figura do herói problemático, o culto da natureza e a idealização do amor, frequentemente em contraste com a realidade social.


Principais representantes: Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Diniz.



7. Realismo (1860 – 1890)

 

O Realismo surge como uma resposta ao idealismo romântico, com uma forte tendência para a representação objetiva da realidade e uma crítica social incisiva.
Eça de Queiroz e Antero de Quental são figuras centrais, utilizando a literatura como meio para discutir questões sociais, políticas e morais.


Principais representantes: Antero de Quental e Eça de Queiroz.



8. Naturalismo (1875 – 1890)

 

O Naturalismo, muitas vezes visto como uma extensão do Realismo, enfatiza uma abordagem mais científica e determinista para explorar a condição humana.
A literatura naturalista em Portugal explora temas como o determinismo social e biológico, frequentemente em contextos de pobreza e decadência.

 

Principais representantes: Francisco Teixeira de Queirós, Eça de Queiroz, Júlio Lourenço Pinto e Abel Botelho.

 

 

9. Simbolismo (1890 – 1915)

 

O Simbolismo reage contra o materialismo dos estilos anteriores, utilizando simbologia e sugestão para evocar emoções e estados de alma.
A poesia simbolista é marcada pelo uso de imagens sensoriais e pela busca de uma realidade transcendente através da música das palavras.

 

Principais representantes: Eugênio de Castro, Augusto Gil, Antônio Nobre e Camilo Pessanha.

Foto do escritor Camilo Pessanha

Camilo Pessanha: importante escritor simbolista português.

 

 

10. Modernismo (1915 – 1945)

 

O Modernismo em Portugal teve três fases distintas, destacando-se inicialmente com a revista Orpheu. A literatura modernista é caracterizada pela experimentação formal, ruptura com a tradição e o interesse pelo subjetivismo. As várias gerações exploram temas da identidade nacional, crise existencial e inovações estéticas, influenciadas pelo contexto europeu de guerra e mudança social.

 

Principais representantes da Primeira Geração (Orpheu): Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros.


Principais representantes da Segunda Geração (Presença): Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio.

 

Principais representantes da Terceira Geração (Neorrealismo): Ferreira de Castro, Carlos de Oliveira, José Cardoso Pires, Virgílio Ferreira e Alves Redol.



11. Literatura Contemporânea (1945 até a atualidade)

 

A literatura contemporânea portuguesa aborda uma ampla gama de temas, desde identidade e memória até desafios globais, refletindo uma consciência tanto nacional quanto global.

Os escritores contemporâneos frequentemente misturam estilos e gêneros, experimentando novas formas narrativas e explorando a complexidade da experiência humana no mundo moderno.

 

Principais escritores: José Saramago, Lobo Antunes, Fernando Namora e Miguel Torga.

 

José Saramago, escritor português

José Saramago: um dos principais escritores da Literatura Contemporânea de Portugal.

 

 



Última atualização: 03/05/2024

Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).