Fernando Pessoa

Fernando Pessoa foi um dos mais brilhantes escritores portugueses.

Fernando Pessoa: um dos mais importantes poetas portugueses
Fernando Pessoa: um dos mais importantes poetas portugueses

 

Quem foi


Fernando Antônio Nogueira Pessoa foi um dos mais importantes escritores portugueses e poetas do Modernismo em Portugal. Além de poeta, foi crítico literário, jornalista, publicitário, ensaísta, comentarista político e tradutor. Destacou-se pela criação dos heterônimos. Suas duas grandes obras são: Mensagem (1934) e Livro do Desassossego (1982)

 

Biografia resumida

 

Nasceu em 13 de junho de 1888 na cidade de Lisboa (Portugal) e morreu, na mesma cidade, em 30 de novembro de 1935.


Fernando Pessoa foi morar, ainda na infância, na cidade de Durban (África do Sul), onde seu pai tornou-se cônsul. Neste país teve contato com a língua e literatura inglesa. 

 

Adulto, Fernando Pessoa trabalhou como tradutor técnico, publicando seus primeiro poemas em inglês. 

 

Em 1905, retornou sozinho para Lisboa e, no ano seguinte, matriculou-se no Curso Superior de Letras. Porém, abandou o curso um ano depois. 


Pessoa passou a ter contato mais efetivo com a literatura portuguesa, principalmente Padre Antônio Vieira e Cesário Verde. Foi também influenciado pelos estudos filosóficos de Nietzsche e Schopenhauer. Recebeu também influências do simbolismo francês.

 

Em 1912, começou suas atividades como ensaísta e crítico literário, na revista Águia

 

No ano de 1916, fundou a revista Orfeu. Em 1924, fundou a revista Atena.

 

A saúde do poeta português começou a apresentar complicações em 1935. Neste ano, foi hospitalizado com cólica hepática, provavelmente causada pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. Sua morte prematura, aos 47 anos, provavelmente aconteceu em função destes problemas, pois apresentou cirrose hepática.


O ortônimo e os heterônimos de Fernando Pessoa


Fernando Pessoa usou em suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos (heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas. São eles:

 

Álvaro de Campos

 

É um personagem moderno, que valoriza o desenvolvimento tecnológico e os avanços científicos da sociedade industrial. Ele um futurista, cujas poesias estão conectadas com a velocidade da sociedade moderna. Porém, ele também é emocional e muito lúcido.

Principais poemas: Passagem das Horas (1916), Apontamento (1929), Tabacaria (1929),  Aniversário (1930) e Lisbon Revisited (1923).

 

Alberto Caeiro

 

Alberto Caeiro é o poeta dos versos livres e linguagem simples. Acredita na fluidez da natureza e sua constante transformação. Valoriza mais as sensações (principalmente o olhar) do que o pensamento e a filosofia. Para ele, é necessário viver e sentir as coisas sem pensar.

Principais poemas: Aceita o Universo (1917) , A espantosa realidade das cousas (1918), Agora que sinto amor (1930), Creio que irei morrer (1931) e Eu nunca guardei rebanhos (1932).

 

Ricardo Reis

 

É o poeta que valoriza os momentos da vida, que vive na atualidade de forma intensa, porém sem cometer excessos. Expressa em seus poemas o ideal da vida calma e serena. Através do equilíbrio e da paz, busca uma vida sem sofrimentos. Ricardo Reis busca ficar atento a todas as coisas boas e aos prazeres simples da vida. Escreve seus poemas, utilizando uma linguagem precisa e culta.

Principais poemas: Como se cada beijo (1924), Saudoso já deste verão que vejo (1924), De novo traz as aparentes novas (1924).

 

Estátua de Fernando Pessoa em Lisboa

Estátua de Fernando Pessoa em Lisboa.

 



Obras de Fernando Pessoa



- Do Livro do Desassossego

- Ficções do interlúdio: para além do outro oceano

- Na Floresta do Alheamento

- O Banqueiro Anarquista

- O Marinheiro

- Por ele mesmo



Poesias de Fernando Pessoa


- A barca

- Aniversário

- Autopsicografia

- À Emissora Nacional

- Amei-te e por te amar...

- Antônio de Oliveira Salazar

- Elegia na Sombra

- Isto

- Liberdade

- Mar português

- Mensagem

- Natal

- O Eu profundo e os outros Eus

- O cancioneiro

- O Menino da Sua Mãe

- O pastor amoroso

- Poema Pial

- Poema em linha reta

- Poemas Traduzidos

- Poemas de Ricardo Reis

- Poesias Inéditas

- Poemas para Lili

- Poemas de Álvaro de Campos

- Presságio

- Primeiro Fausto

- Quadras ao gosto popular

- Ser grande

- Solenemente

- Todas as cartas de amor...

- Vendaval



Prosas de Fernando Pessoa


- Pessoa e o Fado: Um Depoimento de 1929

- Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

- Páginas de Estética e de Teoria e de Crítica Literárias



Obras do heterônimo Alberto Caeiro


- O Guardador de Rebanhos
- O guardador de rebanhos
- A Espantosa Realidade das Cousas
- Um Dia de Chuva
- Todos os Dias
- Poemas Completos
- Quando Eu não tinha
- Vai Alta no Céu a lua da Primavera
- O Amor é uma Companhia
- Eu Nunca Guardei Rebanhos
- O Meu Olhar
- Ao Entardecer
- Esta Tarde a Trovoada Caiu
- Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada
- Pensar em Deus
- Da Minha Aldeia
- Num Meio-Dia de Fim de Primavera
- Sou um Guardador de Rebanhos
- Olá, Guardador de Rebanhos
- Aquela Senhora tem um Piano
- Os Pastores de Virgílio
- Não me Importo com as Rimas
- As Quatro Canções
- Quem me Dera
- No meu Prato
- Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada
- O Luar
- O Tejo é mais Belo
- Se Eu Pudesse
- Num Dia de Verão
- O que Nós Vemos
- As Bolas de Sabão
- às Vezes
- Só a Natureza é Divina
- Li Hoje
- Nem Sempre Sou Igual
- Se Quiserem que Eu Tenha um Misticismo
- Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem
- Ontem à Tardeterr
- Pobres das Flores
- Acho tão Natural que não se Pense
- Há Poetas que são Artistas
- Como um Grande Borrão
- Bendito seja o Mesmo Sol
- O Mistério das Cousas
- Passa uma Borboleta
- No Entardecer
- Passou a Diligência
- Antes o Voo da Ave
- Acordo de Noite
- Um Renque de árvores
- Deste Modo ou Daquele Modo 



Obras do heterônimo Álvaro de Campos 


- Acaso
- Acordar
- Adiamento
- Afinal
- A Fernando Pessoa
- A Frescura
- Ah, Onde Estou
- Ah, Perante
- Ah, Um Soneto
- Ali Não Havia
- Aniversário
- Ao Volante
- Apostila
- às Vezes
- Barrow-on-Furness
- Bicarbonato de Soda
- O Binômio de Newton
- A Casa Branca Nau Preta
- Chega Através
- Cartas de amor 
- Clearly Non-Campos!
- Começa a Haver
- Começo a conhecer-me. Não existo
- Conclusão a sucata !... Fiz o cálculo
- Contudo
- Cruz na Porta
- Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
- Datilografia
- Dela Musique
- Demogorgon
- Depus a Máscara
- Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
- O Descalabro
- Dobrada à moda do Porto
- Dois Excertos de Odes
- Domingo Irei
- Escrito Num Livro Abandonado em Viagem
- Há mais
- Insônia
- O Esplendor
- Esta Velha
- Estou
- Estou Cansado
- Eu
- Faróis
- Gazetilha
- Gostava
- Grandes
- Há Mais
- Lá chegam todos, lá chegam todos... 
- Lisboa
- O Florir
- O Frio Especial
- Lisbon Revisited - l923
- Lisbon Revisited - 1926
- Magnificat
- Marinetti Acadêmico
- Mas Eu
- Mestre
- Na Casa Defronte
- Na Noite Terrível
- Na Véspera
- Não Estou
- Não, Não é cansaço
- Não: devagar
- Nas Praças
- Psiquetipia (ou Psicotipia)
- Soneto já antigo
- The Times 



Obras do heterônimo Ricardo Reis


- A Abelha
- A Cada Qual
- Acima da verdade
- A flor que és
- Aguardo
- Aqui
- Aqui, dizeis
- Aqui, neste misérrimo desterro
- Ao Longe
- Aos Deuses
- Antes de Nós
- Anjos ou Deuses
- A palidez do dia
- Atrás não torna
- A Nada Imploram
- As Rosas
- Azuis os Montes
- Bocas Roxas
- Breve o Dia
- Cada Coisa
- Cada dia sem gozo não foi teu
- Cancioneiro 
- Como
- Coroai-me
- Cuidas, índio
- Da Lâmpada
- Da Nossa Semelhança
- De Apolo
- De Novo Traz
- Deixemos, Lídia
- Dia Após Dia
- Do que Quero
- Do Ritual do Grau de Mestre do átrio na Ordem Templária de Portugal
- Domina ou Cala
- Eros e Psique 
- Estás só. Ninguém o sabe
- Este seu escasso campo
- É tão suave
- Feliz Aquele
- Felizes
- Flores
- Frutos
- Gozo Sonhado
- Inglória
- Já Sobre a Fronte
- Lenta, Descansa
- Lídia
- Melhor Destino
- Mestre
- Meu Gesto
- Nada Fica
- Não Canto
- Não Consentem
- Não queiras
- Não quero, Cloe, teu amor, que oprime
- Não quero recordar nem conhecer-me
- Não Só Vinho
- Não só quem nos odeia ou nos inveja
- Não sei de quem recordo meu passado
- Não Sei se é Amor que tens
- Não Tenhas
- Nem da Erva
- Negue-me
- Ninguém a Outro Ama
- Ninguém, na vasta selva virgem
- No Breve Número
- No Ciclo Eterno
- No Magno Dia
- No mundo, Só comigo, me deixaram
- Nos Altos Ramos
- Nunca
- Ouvi contar que outrora
- Olho
- O que Sentimos
- Os Deuses e os Messias
- O Deus Pã
- Os Deuses
- O Ritmo Antigo
- O Mar Jaz
- O Sono é Bom
- O Rastro Breve
- Para os Deuses
- Para ser grande, sê inteiro: nada
- Pesa o Decreto
- Ponho na Altiva
- Pois que nada que dure, ou que, durando
- Prazer
- Prefiro Rosas
- Quanta Tristeza
- Quando, Lídia
- Quanto faças, supremamente faze
- Quem diz ao dia, dura! e à treva, acaba!
- Quer Pouco
- Quero dos Deuses
- Quero Ignorado
- Rasteja Mole
- Sábio
- Saudoso
- Segue o teu destino
- Se Recordo
- Severo Narro
- Sereno Aguarda
- Seguro Assento
- Sim
- Só o Ter
- Só Esta Liberdade
- Sofro, Lídia
- Solene Passa
- Se a Cada Coisa
- Sob a leve tutela
- Súbdito Inútil
- Tão cedo passa tudo quanto passa!
- Tão Cedo
- Tênue
- Temo, Lídia
- Tirem-me os Deuses
- Tudo que Cessa
- Tuas, Não Minhas
- Uma Após Uma
- Uns
- Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
- Vivem em nós inúmeros
- Vive sem Horas
- Vossa Formosa  

 

Exemplos de frases

 

- "Todo artista que dá à sua arte uma finalidade extra-artística é um infame".


- "Para viajar, basta existir".


- " O homem é do tamanho do seu sonho".

 

- Haja ou não deuses, deles somos servos".

 

 

Exemplo de um poema de Fernando Pessoa:

 

A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.


O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,


A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.

 

(Trecho da obra Mensagem de Fernando Pessoa, publicado em 1934.)

 

 


 

Atualizado em 01/02/2023


Revisado por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).