Voltaire

Voltaire foi um filósofo iluminista francês do século XVIII.

Voltaire: um dos grandes filósofos do Iluminismo
Voltaire: um dos grandes filósofos do Iluminismo

 

Quem foi



Voltaire era o pseudônimo (apelido) de François-Marie Arouet. Foi um importante ensaísta, escritor e filósofo iluminista francês. Nasceu na cidade de Paris, em 21 de novembro de 1694 e morreu, na mesma cidade, em 30 de maio de 1778 (aos 83 anos). Durante sua vida escreveu diversos ensaios, romances, poemas e até peças de teatro.

 

Biografia resumida de Voltaire


Voltaire fazia parte de uma família nobre francesa. Estudou num colégio jesuíta (Louis-le-Grand) da França, onde aprendeu latim e grego. Neste colégio, desenvolveu grande interesse por teatro, literatura e vida social.

 

Em 1713, foi designado como secretário da embaixada da França na cidade de Haia (Holanda).

 

Em 1726, em função de uma disputa com um nobre francês, foi preso na Bastilha por cinco meses. Libertado, foi exilado na Inglaterra, onde viveu na cidade de Londres entre os anos de 1726 e 1728. Na Inglaterra, teve contato com grandes pensadores e escritores como, por exemplo, Alexander Pope (poeta britânico), Jonathan Swift (escritor anglo-irlandês), William Congreve (dramaturgo e poeta inglês), George Berkeley (filósofo irlandês) e Samuel Clarke (filósofo e teólogo inglês).

 

Retornou para a França em 1728 e começou a divulgar ideias filosóficas, desenvolvidas na fase que viveu em Londres. Estas ideias baseavam-se, principalmente, nos pensamentos de Newton e John Locke.

 

Em 1734, publicou uma de suas grandes obras, Cartas Filosóficas, em que defende a liberdade ideológica, a tolerância religiosa e o combate ao fanatismo dogmático.

 

Em 1742, viajou para a cidade de Berlim, onde foi nomeado historiógrafo, acadêmico e cavaleiro da Câmara Real. Em função de conflitos, precisou sair da Alemanha e foi morar na Suíça.

 

No ano de 1746 foi escolhido para ser membro da Academia Francesa.

 

Retornou para Paris em 1778, onde morreu neste mesmo ano, no dia 30 de maio.

 

Pensamento e principais ideias defendidas:


Voltaire foi influenciado, no campo das ideias, pelo cientista Isaac Newton e pelo filósofo John Locke.

 

Defendia as liberdades civis (de expressão, religiosa e de associação).

 

Criticou as instituições políticas da monarquia, combatendo o absolutismo. 

 

Criticou o poder da Igreja Católica e sua interferência no sistema político.

 

Foi um defensor do livre comércio, contra o controle do estado na economia.

 

Filosoficamente, ele foi influenciado pelo empirismo e racionalismo. Acreditava no poder da razão e da ciência sobre a superstição e o dogma.

 

Ele foi crítico do sistema legal francês e buscou reformas, particularmente em casos de condenações errôneas e tortura judicial.

 

Voltaire condenou a escravidão e o comércio de escravos, que ele via como uma injustiça moral e humanitária.

 

Em sua obra "Cândido", ele satirizou a filosofia otimista de Leibniz e outros que afirmavam que "tudo está para o melhor no melhor dos mundos possíveis".

 

Foi um importante pensador do iluminismo francês e suas ideias influenciaram muito nos processos da Revolução Francesa e de Independência dos Estados Unidos.

 

Rretato pintado de Voltaire

Voltaire (retrato pintado pelo artista Nicolas de Largillière em 1724).

 

 

Principais obras de Voltaire:


- Édipo, 1718

- Mariamne, 1724

- La Henriade, 1728

- História de Charles XII, 1730

- Brutus, 1730

- Cartas filosóficas, 1734

- Mondain, 1736

- Epître sur Newton, 1736

- Tratado de Matafísica, 1736

- O infante pródigo, 1736

- Elementos da Filosofia de Newton, 1738

- Zulime, 1740

- Zadig ou o destino, 1748

- Le monde comme il va, 1748

- Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749

- O século de Luis XIV, 1751

- Micrômegas, 1752

- Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, 1756

- Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756


- Cândido, ou o Otimismo, 1758

- Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760

- Tancredo, 1760

- Histoire d'un bon bramin, 1761

- La Pucelle d'Orléans, 1762

- Tratado sobre a tolerância, 1763

- Dicionário filosófico, 1764

- Jeannot et Colin, 1764

- Petite digression, 1766

- O ingênuo, 1767

- A princesa da Babilônia, 1768

- Questions sur l'Encyclopédie, 1770

- Le Cri du Sang Innocent, 1775

- Dialogues d'Euhémère, 1777

- Irene, 1778

- Agathocle, 1779 

 

Pintura de Voltaire sentado ao lado de uma mesa e segurando uma pena

Voltaire na casa do rei da Prússia Frederico II.



Exemplos de frases de Voltaire



- "É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram".


- "A leitura engrandece a alma".


- "Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo".


- "O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito".


- "O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade".


- "A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com pretexto de justiça".


- "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano".


- "Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu".


- "O preconceito é uma opinião não submetida a razão".


- "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto".


- "Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar". 


- "O meu ofício é dizer o que penso". 


- "Aquele que é apenas sábio leva uma vida triste".


- "A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e fraquezas". 


- "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas".


- "O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa".

- "O acaso não existe: tudo é provação, ou punição, ou recompensa, ou providência".

 

Voltaire conversa com camponeses em Ferney, obra de Jean Huber

Voltaire conversa com camponeses em Ferney (1770), obra de Jean Huber.

 

 

 

Principal fonte: Enciclopédia Britânica (em inglês)

 



Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).