Guerra de Troia

A Guerra de Troia foi um conflito mítico entre gregos e troianos, narrado na Ilíada de Homero, desencadeado pelo rapto da princesa Helena de Esparta e culminando com a destruição da cidade de Troia.

Guerra de Troia: mito ou fato histórico?
Guerra de Troia: mito ou fato histórico?

 

O que foi


A Guerra de Troia foi um conflito bélico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grécia Antiga) e os troianos, que habitavam uma região da atual Turquia. Esta guerra, que durou aproximadamente 10 anos, aconteceu entre 1300 a.C. e 1200 a.C.



Causa da guerra


Gregos e troianos entraram em guerra por causa do rapto da princesa Helena de Troia (esposa do rei lendário Menelau), por Páris (filho do rei Príamo de Troia). Isto ocorreu quando o príncipe troiano foi à Esparta, em missão diplomática, e acabou apaixonando-se por Helena. O rapto deixou Menelau enfurecido, fazendo com que este organizasse um poderoso exército. O general Agamenon foi designado para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios foram enviados para Troia.



História da guerra


O cerco grego à Troia durou cerca de 10 anos. Vários soldados foram mortos, entre eles os heróis gregos Heitor e Aquiles (morto após ser atingido em seu ponto fraco, o calcanhar).


A guerra terminou após a execução do grande plano do guerreiro grego Odisseu. Sua ideia foi presentear os troianos com um grande cavalo de madeira. Disseram aos inimigos que estavam desistindo da guerra e que o cavalo era um presente de paz. Os troianos aceitaram e deixaram o enorme presente ser conduzido para dentro de seus muros protetores. Após uma noite de muita comemoração, os troianos foram dormir exaustos. Neste momento, abriram-se portas no cavalo de madeira e saíram centenas de soldados gregos. Estes abriram as portas da cidade para que os gregos entrassem e atacassem a cidade de Troia até sua destruição.


Os eventos finais da guerra são contados na obra Ilíada de Homero. Sua outra obra poética, Odisseia, conta o retorno do guerreiro Odisseu e seus soldados à ilha de Ítaca.



Mito ou fato histórico?



Durante muitos séculos, acreditava-se que a Guerra de Troia fosse apenas mais um dos mitos da mitologia grega. Porém, com a descoberta e estudo de um sítio arqueológico na Turquia, pode-se comprovar que este importante fato histórico da antiguidade realmente ocorreu. Porém, muitos aspectos entre mitologia e história ainda não foram identificados e se confundem. Mas o que se sabe é que esta guerra ocorreu de fato.

A queda de Troia, obra de Johann G. Trautmann

A queda de Troia, obra de Johann G. Trautmann

 

 

Ensinamentos transmitidos pela história da guerra de Troia:

 

Muitos personagens na saga da Guerra de Troia, como Aquiles e o Rei Agamenon, exibem orgulho e arrogância excessivos (hubris), o que leva a resultados trágicos. Suas ações servem como um aviso contra os perigos da superconfiança e do desrespeito aos outros.


A "Ilíada" não se esquiva de retratar as realidades brutais da guerra. Ela mostra não apenas a destruição física e a perda de vidas, mas também o impacto emocional e psicológico em ambos os lados. Isso serve como um lembrete atemporal dos impactos devastadores do conflito.


O mito sublinha a crença no poder do destino e na influência dos deuses nos assuntos humanos. Os personagens frequentemente encontram seus destinos moldados por forças além de seu controle, refletindo a compreensão grega antiga do universo.


Os heróis na Guerra de Troia não são unidimensionais; eles exibem uma mistura de bravura, crueldade, compaixão e mesquinharia. Essa complexidade adiciona profundidade aos personagens e sugere que o heroísmo é multifacetado e muitas vezes falho.


Para muitos personagens, a busca pela honra e glória é uma força motriz. A história examina o valor e o custo dessas buscas, questionando o que realmente significam honra e glória.


Mulheres na Guerra de Troia, como Helena, Andrômaca e Hécuba, representam vários aspectos do sofrimento e da resiliência. Suas histórias destacam o impacto muitas vezes negligenciado da guerra em não-combatentes, particularmente mulheres.


A relação entre Aquiles e Pátroclo é um exemplo comovente de lealdade e amizade profunda. Seu vínculo e seu trágico fim enfatizam o valor e a força emocional das relações próximas.


Personagens como Aquiles estão sempre cientes de sua mortalidade e da natureza efêmera da vida. Seu desejo de alcançar a imortalidade através da glória no campo de batalha reflete uma preocupação humana universal com o legado e o medo de ser esquecido.

 

Cena da batalha da guerra de troia

Cena de uma batalha da Guerra de Troia

 

 



Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).