Restauração Portuguesa

A Restauração Portuguesa foi o evento histórico em que Portugal tornou-se independente da Espanha.

Aclamação de D. João IV como rei de Portugal
Aclamação de D. João IV como rei de Portugal

 

O que foi



Nome dado à guerra entre Portugal e Espanha que começou com a revolução portuguesa de 1640 e terminou com o Tratado de Lisboa em 1668. Encerrou o período de sessenta anos de monarquia dual em Portugal e Espanha sob os Habsburgos espanhóis e estabeleceu a soberania da nova dinastia governante de Portugal.



História


Quando Felipe III de Portugal morreu em 1621, foi sucedido por Felipe IV, da Espanha. Impostos sobre os comerciantes portugueses foram então elevados, a nobreza portuguesa começou a perder sua influência e os postos do governo em Portugal foram ocupados por espanhóis. Por fim, Felipe III tentou fazer de Portugal uma província. Esta situação culminou na Guerra da Restauração Portuguesa: um golpe de estado organizado pela nobreza e pela burguesia.



Desfecho: como terminou


Antão Vaz de Almada, Miguel de Almeida e João Pinto Ribeiro e vários associados mataram o Secretário de Estado e prenderam a prima do rei, que governava Portugal em seu nome. As tropas de Felipe estavam, na época, lutando a Guerra dos Trinta Anos e enfrentando uma revolução na Catalunha. O apoio do povo tornou-se quase imediato e, em poucas horas, João, Duque de Bragança, foi aclamado rei João IV de Portugal.

 

O rei Afonso VI de Portugal

Rei Afonso VI de Portugal: assumiu o trono português após a assinatura do Tratado de Lisboa (entre Portugal e Espanha) em 1668. Foi nesse tratado que, o Reino da Espanha, reconheceu a independência portuguesa.

 

 

Consequências da Restauração Portuguesa:

 

1. Fim da União Ibérica: o efeito mais imediato foi o término da União Ibérica. Esta união havia juntado as coroas de Portugal e Espanha desde 1580, sob o domínio dos Habsburgos espanhóis. A restauração restabeleceu Portugal como um estado soberano independente com seu próprio monarca, começando com o Rei João IV de Portugal.


2. Declínio do Poder Espanhol: este evento marcou um declínio significativo no poder e influência espanhóis na Europa. O século XVII viu o gradual enfraquecimento da dominação espanhola, e a perda de Portugal e de seu império foi um golpe considerável.


3. Restauração da Independência Portuguesa e Identidade Nacional: a Guerra da Restauração (1640-1668) que se seguiu não foi apenas uma luta política, mas também uma batalha pela identidade cultural e nacional. A vitória portuguesa e o subsequente Tratado de Lisboa em 1668, no qual a Espanha reconheceu a soberania portuguesa, ajudaram a solidificar um sentimento de orgulho e identidade nacional.


4. Impacto nos Impérios Coloniais: a restauração teve implicações significativas para os impérios coloniais. Portugal recuperou o controle sobre seus vastos territórios ultramarinos na África, Ásia e América do Sul, que haviam sido ameaçados sob o domínio espanhol. Este período viu uma reafirmação das atividades coloniais portuguesas, especialmente no Brasil e na África.


5. Realinhamento Político Europeu: a restauração alterou o equilíbrio de poder na Europa. Portugal mudou suas alianças, aproximando-se da Inglaterra (culminando no Tratado de Methuen de 1703) e da França, contrabalançando a hegemonia espanhola. Este realinhamento teve implicações para vários conflitos europeus, incluindo a Guerra dos Trinta Anos e a Guerra de Sucessão Espanhola.


6. Consequências Econômicas: a independência de Portugal restaurou sua capacidade de buscar políticas econômicas adaptadas aos seus interesses. Esta era viu tentativas de revitalizar a economia portuguesa, que havia sofrido sob o domínio espanhol, embora o país enfrentasse inúmeros desafios na tentativa de recuperar sua antiga força econômica.


7. Renascimento Cultural: o período após a Restauração testemunhou um renascimento cultural em Portugal, com um aumento na literatura, arte e música nacionalistas celebrando a história e identidade portuguesas.



 




Revisado por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).