Murilo Mendes: vida e obra
Murilo Mendes foi um poeta e escritor brasileiro, destacado por sua participação no movimento modernista e por sua poesia marcada pelo surrealismo e pela espiritualidade.
Quem foi
Murilo Mendes foi um prosador, critico de arte e poeta brasileiro do século XX. É considerado um importante representante do Modernismo na Literatura Brasileira.
Murilo Monteiro Mendes (nome completo) nasceu na cidade de Juiz de Fora (Minas Gerais), em 13 de maio de 1901. Faleceu na cidade de Lisboa, aos 74 anos, em 13 de agosto de 1975.
Principais características do seu estilo literário:
• Sua obra é marcada pelo nacionalismo, principalmente no início de sua carreira literária. Nessa fase, o coloquialismo e o humor também estão presentes em suas poesias.
• Abordou diversos temas da cultura brasileira, em suas obras.
• Num segundo momento de sua vida como escritor, notamos a influência do surrealismo. Questões cotidianas, imaginárias e relacionadas aos sonhos estão presentes em suas poesias. A fusão equilibrada entre realidade e imaginário é uma das principais características desse momento.
• Mendes também é reconhecido por sua poesia engajada, abordando questões sociais e políticas.
• A partir de 1930, Murilo Mendes se converte ao catolicismo e os temas e valores dessa religião passam a habitar sua obra. A esperança e a visão crítica aparecem nesse contexto.
• Entre 1945 e 1960, mais ou menos, Murilo Mendes assume uma tendência neoclássica no mundo poético, porém, mantendo a liberdade de criação.
• A partir da década de 1960, o escritor começa a deixar a poesia e caminha em direção à prosa. É uma fase marcada pela diversidade temática e mistura de formas literárias.
Capa do livro O Visionário: uma das principais obras de Murilo Mendes. |
Principais obras de Murilo Mendes:
- Bumba-meu-poeta (1931)
- A História do Brasil (1932)
- Tempo e eternidade (1935) – poesia em parceria com Jorge de Lima
- A poesia em pânico (1937) - poesia
- O visionário (1941) - poesia
- As metamorfoses (1944) - poesia
- Mundo enigma (1945) - poesia
- Poesia liberdade (1947) - poesia
- Contemplação de Ouro Preto (1954) - poesia
- Tempo espanhol (1959) – poesia
- A idade do serrote (1968) - poesia
- Convergência (1970) - poesia
EXEMPLO DE UM POEMA DE MURILO MENDES:
Canção do Exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Saiba mais:
* Saiba mais sobre este escritor em: Museu de Arte Murilo Mendes
Artigo publicado em 09/01/2020
Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).
Temas relacionados
Bibliografia Indicada
- CAMPADELLI, Samira Youseef; SOUZA, Jesus Barbosa. Literaturas Brasileira e Portuguesa. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
- TUFANO, Douglas. Vereda Digital – Literatura Brasileira e Portuguesa, São Paulo: Moderna, 2012.
Vídeo indicado no YouTube:
LITERATURA: MURILO MENDES [2ª FASE MODERNISTA] - Profa. Jéssica Novaes | Canal Querido Português