Sousândrade
Sousândrade foi um escritor e poeta maranhense do Romantismo brasileiro.
Quem foi
Joaquim de Souza Andrade, mas conhecido como Sousândrade, foi um professor e poeta brasileiro do século XIX.
Nasceu na cidade de Guimarães (Maranhão), em 09 de setembro de 1833. Faleceu na cidade de São Luís (Maranhão), aos 68 anos, em 21 de abril de 1902.
Sua obra mais famosa é Guesa Errante, escrita entre 1858 e 1888, que é um poema composto por 12 cantos e um epílogo. Ele tem como tema principal uma lenda de indígenas colombianos.
Principais características do seu estilo literário:
• Embora seja considerado um poeta romântico, ele rompeu com várias características literárias do Romantismo. Logo, é considerado um poeta inovador no próprio movimento que pertenceu. Neste sentido, é considerado um escritor que antecipou vários aspectos literários do Modernismo.
• Presença, em suas obras, de invenções sintáticas e vocabulares.
• Uso de neologismos (utilização de palavras novas, criada a partir de palavras existentes ou não).
• Presença de ordenação sintática não comum, inspirada em outras línguas.
• Utilização de estrofes e métricas muito diferentes dos padrões, até então, vistos na literatura brasileira.
Principais obras de Sousândrade:
- O Guesa (entre 1858 e 1888) - poesia
- A Casca da Canelleira (1866)
- Obras poéticas (1874)
Capa do livro O Guesa: principal obra de Sousândrade. |
Resumo da obra "O Guesa"
"O Guesa" é um poema épico publicado em 1867. A obra narra a jornada de Guesa, um jovem indígena da tribo dos muíscas, que deve sacrificar-se aos deuses após um ciclo de 60 anos, conforme um antigo ritual. O poema é composto por trechos que misturam elementos do épico clássico com a exuberância e complexidade do modernismo, refletindo críticas sociais e políticas da época. A narrativa acompanha Guesa desde sua fuga desse destino cruel até sua peregrinação por diversos cenários que simbolizam a exploração e a opressão, tanto na América Latina quanto em outras partes do mundo.
Sousândrade utiliza uma linguagem rica e experimental, introduzindo metáforas e referências culturais variadas que enriquecem a narrativa e tornam "O Guesa" uma obra inovadora para seu tempo. O poema explora temas como a luta pela liberdade, a resistência contra a tirania e a busca por identidade, abordando as tensões entre o tradicional e o moderno, o colonialismo e a emancipação. A jornada de Guesa é, assim, uma alegoria da condição humana e das complexidades históricas e sociais do século XIX, evidenciando a capacidade de Sousândrade de fundir a crítica social com a inovação poética.
Artigo publicado em 07/09/2020
Revisado por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).
Temas relacionados
Bibliografia e vídeos indicados:
CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de. Revisão de Sousândrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
TUFANO, Douglas. Estudos da Literatura brasileira. São Paulo: Editora Moderna, 1999.