Deuses da Babilônia

Os deuses da Babilônia, parte do panteão mesopotâmico, refletiam a complexa cosmologia e crenças religiosas da antiga civilização babilônica.

Marduk: um dos principais deuses da religião da Babilônia
Marduk: um dos principais deuses da religião da Babilônia

 

Principais deuses da Babilônia:

 

- Marduk (rei dos deuses, o mais importante no panteão babilônico). Era também chamado de “Bel”, que significava “senhor”. Estava associado à água, ao julgamento e à vegetação. Os babilônicos acreditavam que era Marduk o responsável pela escolha do rei da Babilônia.

 

- Apsu – o progenitor dos deuses. Esposo de Tiamat. Personificava a água do solo primordial.

 

- Tiamat – deusa primordial, mãe do cosmos. Representava às águas dos oceanos.

 

- Lahamu – representada muitas vezes como uma serpente. Era filha de Apsu com Tiamat. Representava o lodo dos oceanos.

 

- Ansar – deusa do céu.

 

- Samas ou Chamache – deus do Sol e da justiça (Babilônia, Acádia e Assíria)

 

- Kisar – deusa que representava a Terra.

 

- Enki – deus das águas doces dos rios e lagos. Era também associado ao conhecimento.

 

- Anu – deus dos espíritos, dos demônios e das constelações estelares. Era considerado também o juiz dos deuses e dos homens.

 

- Sarpanitu – deusa-mãe, padroeira da Babilônia. Era também considerada a protetora das mulheres grávidas.

 

- Nabu – deus da escrita e da sabedoria.

 

- Nergal - deus do submundo.

 

- Ashur (Assur): deus da guerra para os assírios.

 

- Ishtar (Inana): deusa da guerra, da fertilidade e do amor.

 

- Enqui (Enki)- deus da ciência, da inteligência, da criação e da água doce primordial.

 

- Tasmetu – deusa das súplicas e do amor.

 

Chamache, deus babilônico

Chamache: um dos principais deuses da Babilôna Antiga.



Representação do deus Tiamat numa placa de argila babilônica

Representação do deus Tiamat numa placa de argila babilônica.

 


A importância dos deuses para os babilônios

 

1. Ordem e Explicação: O panteão babilônico, como os de muitas civilizações antigas, ajudou a explicar o mundo ao seu redor. Cada deus tinha seu próprio domínio, muitas vezes vinculado a um fenômeno natural ou a um aspecto da vida. Por exemplo, Marduk, seu deus principal, estava associado a tempestades e era considerado o patrono da cidade de Babilônia. Da mesma forma, Ishtar era a deusa do amor e da guerra, e Ea era o deus da sabedoria e da magia. Ao atribuir eventos naturais e características humanas a esses deuses, os babilônios buscaram entender e dar sentido ao seu mundo.


2. Ordem moral e social: A religião babilônica, por meio de seus deuses, estabeleceu uma ordem moral e social. Definia o que era bom e mau, quais ações eram justas ou pecaminosas. Os reis eram frequentemente descritos como escolhidos pelos deuses, seu governo legitimado pela vontade divina. As leis também eram vistas como divinamente sancionadas, sendo o exemplo mais famoso o Código de Hamurábi, apresentado como um código legal transmitido pelo deus Shamash.


3. Rituais e Adoração: Os babilônios acreditavam que os deuses podiam intervir em suas vidas e, assim, buscavam seu favor por meio de orações, sacrifícios e rituais. Essas práticas eram parte integrante da vida babilônica. Havia numerosos templos dedicados a diferentes deuses, e os sacerdotes que ali serviam eram figuras influentes na sociedade babilônica.


4. Mitologia e Cosmologia: As histórias sobre os deuses forneciam uma estrutura cosmológica para os babilônios, explicando a origem do mundo, da humanidade e da sociedade. Esses mitos eram frequentemente registrados em tabuletas cuneiformes e eram centrais para a cultura e identidade babilônicas.


5. Profecia e Adivinhação: Os babilônios acreditavam que os deuses podiam enviar sinais sobre o futuro ou sua vontade por vários meios, como sonhos, eventos celestiais ou os padrões de voo dos pássaros. A interpretação desses sinais, prática conhecida como adivinhação, era uma profissão especializada e respeitada na Babilônia.

 

 


 

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).