Antecedentes da Segunda Guerra Mundial

Os antecedentes da Segunda Guerra Mundial foram marcados pelo expansionismo das potências totalitárias, pela fragilidade da Liga das Nações e pela política de apaziguamento das democracias ocidentais diante das violações dos tratados internacionais

A Grande Crise de 1929 foi um dos antecedentes da 2ª Guerra Mundial.
A Grande Crise de 1929 foi um dos antecedentes da 2ª Guerra Mundial.

 

Introdução

 

A Segunda Guerra Mundial foi um dos conflitos mais devastadores da história da humanidade, ocorrendo entre 1939 e 1945. Envolvendo as principais potências globais, divididas entre os Aliados e o Eixo, a guerra resultou em milhões de mortes e na reconfiguração da ordem política e econômica mundial. Suas causas foram complexas e remontam a diversos fatores políticos, econômicos e sociais que marcaram o período entre o final da Primeira Guerra Mundial e o início das hostilidades em 1939.



Principais antecedentes da Segunda Guerra Mundial:



O Tratado de Versalhes (1919)


O Tratado de Versalhes, assinado ao final da Primeira Guerra Mundial, impôs severas punições à Alemanha, incluindo perdas territoriais, restrições militares e pesadas indenizações financeiras. Esse tratado gerou um profundo ressentimento na sociedade alemã e contribuiu para o crescimento de movimentos nacionalistas que buscavam reverter suas imposições. A insatisfação popular e a crise econômica foram fatores explorados por Adolf Hitler para ascender ao poder e justificar sua política expansionista.



A crise econômica de 1929


A Grande Depressão, iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, teve repercussões globais e enfraqueceu as democracias liberais. Na Alemanha, o desemprego e a inflação facilitaram a ascensão do Partido Nazista, que prometia a recuperação econômica e a restauração do orgulho nacional. Da mesma forma, na Itália e no Japão, a crise econômica incentivou políticas expansionistas e militaristas, que posteriormente levariam ao confronto com outras nações.



A ascensão do nazifascismo


O crescimento de regimes autoritários na Alemanha, na Itália e no Japão teve um papel central no desencadeamento da Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler, Benito Mussolini e os líderes militares japoneses adotaram discursos nacionalistas, militaristas e expansionistas, buscando expandir seus territórios e conquistar recursos.


A ideologia nazista, em particular, defendia a superioridade racial e a necessidade de um "espaço vital" (Lebensraum), justificando a expansão territorial pela força.

 

Foto mostrando Hitler e outros líderes nazistas da Alemanha em 1934

O nazismo na Alemanha é considerado um dos principais antecedentes da Segunda Guerra Mundial.

 



O Expansionismo alemão, italiano e japonês


Durante a década de 1930, Alemanha, Itália e Japão passaram a desafiar a ordem internacional. A Alemanha, sob o comando de Hitler, rearmou-se, anexou a Áustria (Anschluss, 1938) e ocupou a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, desrespeitando os termos do Tratado de Versalhes. A Itália, por sua vez, invadiu a Etiópia em 1935, desafiando a Liga das Nações.


O Japão, com sua política expansionista, ocupou a Manchúria em 1931 e iniciou uma guerra contra a China em 1937. Essas ações demonstravam o fracasso da comunidade internacional em conter regimes agressivos.

 

Foto mostrando soldados japoneses durante a Batalha de Cantão

A Batalha de Cantão, ocorrida em 1938, foi parte da campanha expansionista do Japão na China, consolidando o avanço japonês no sul do país e evidenciando sua ambição territorial antes da Segunda Guerra Mundial.




A política de apaziguamento


As potências ocidentais, sobretudo França e Reino Unido, adotaram uma política de apaziguamento diante da agressividade da Alemanha nazista. O principal exemplo dessa abordagem foi a Conferência de Munique (1938), na qual os líderes europeus permitiram que Hitler anexasse os Sudetos em troca da promessa de não continuar sua expansão. Essa política falhou, pois encorajou Hitler a continuar suas agressões, culminando na invasão da Polônia em 1939.



Remilitarização da Renânia

 

A remilitarização da Renânia, em 7 de março de 1936, violou o Tratado de Versalhes e o Pacto de Locarno, desafiando as restrições impostas à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Aproveitando-se da crise política na França e da inação britânica, Hitler ordenou a entrada de tropas na região, fortalecendo seu regime e incentivando novas agressões territoriais. A ausência de reação das potências ocidentais evidenciou a fragilidade da política de apaziguamento, encorajando a expansão nazista que culminaria na Segunda Guerra Mundial.

 


O Pacto Germano-Soviético (1939)


Em agosto de 1939, Alemanha e União Soviética assinaram um pacto de não agressão, conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop. O acordo incluía uma cláusula secreta que previa a divisão da Polônia entre os dois países. Esse pacto garantiu a Hitler a segurança de não enfrentar uma guerra em duas frentes, permitindo-lhe iniciar a invasão da Polônia em 1º de setembro de 1939. Em resposta, Reino Unido e França declararam guerra à Alemanha, marcando o início da Segunda Guerra Mundial.

 

Foto do encontro de Stalin e Ribbentrop

Encontro entre Stalin e Ribbentrop para assinarem o Pacto de Não Agressão Germano-Soviético (Pacto Molotov-Ribbentrop) em 23 de agosto de 1939.

 


 


Por Jefferson Evandro Machado Ramos (graduado em História pela USP)

Publicado em 19/03/2025