Faraós do Egito Antigo
Os faraós do Egito Antigo eram os reis e líderes supremos, considerados divindades na Terra, que governavam o país e eram responsáveis por manter a ordem e a prosperidade.
Quem eram os faraós?
Os faraós eram os reis do Egito Antigo. Possuíam poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida política, religiosa, econômica e militar. Como a transmissão de poder no Egito era hereditária, o faraó não era escolhido através de voto, mas sim por ter sido filho de outro faraó. Desta forma, muitas dinastias perduraram centenas de anos no poder.
O poder dos faraós
Na civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.
Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra de joias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas, militares, sacerdotes, administradores, etc.) e fazer a manutenção do reino.
Ainda em vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No sarcófago era colocado também o Livro dos Mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utilizá-la para julgar os mortos.
O faraó era considerado uma espécie de representante divino (ilustração mostrando o faraó muito maior do que as pessoas para mostrar seu poder). |
Exemplos de faraós famosos e suas realizações:
- Tutmés I – conquistou boa parte da Núbia e ampliou, através de guerras, territórios até a região do rio Eufrates.
- Tutmés III – consolidou o poder egípcio no continente africano após derrotar o reino de Mitani. Expandiu suas fronteiras por meio de conquistas militares, criando um império que se estendia da Síria, no norte, até a Núbia, no sul.
- Ramsés II – buscou estabelecer relações pacíficas com os hititas, conseguindo fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade.
- Tutankamon – o faraó menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu, provavelmente assassinado. A pirâmide deste faraó foi encontrada por arqueólogos em 1922. Dentro dela foram encontrados, além do sarcófago e da múmia, tesouros impressionantes.
- Aquenáton - faraó da XVIII dinastia, que reino de 1352 a 1336 a.C. Sua principal realização foi ter abolido o politeísmo e implantado a adoração a um único deus: Aton (deus Sol).
Faraó Aquenáton: implantação do monoteísmo. |
Principais faraós do Egito Antigo e respectivos períodos de governo (reinado):
I Dinastia
- Menés (3.150 a.C. a 3.100 a.C.)
- Djer (3100 a.C. a 3055 a.C.)
- Djet (3055 a.C. a 3050 a.C.)
- Semerkhet (2969 a.C. a 2960 a.C.)
II Dinastia
- Hotepsekhemui (2926 a.C. a 2888 a.C.)
- Nynetjer (2847 a.C. a 2800 a.C.)
- Senedj (2791 a.C. a 2781 a.C.)
III Dinastia
- Sanakht (2686 a.C. a 2667 a.C.)
- Djoser (2667 a.C. a 2648 a.C.)
- Huni (2637 a.C. a 2613 a.C.)
Busto de pedra do faraó Djoser (III Dinastia). |
IV Dinastia
- Snefru (2613 a.C. a 2589 a.C.)
- Knufu (2589 a.C. a 2566 a.C.)
- Khafre (2558 a.C. a 2532 a.C.)
- Menkaure (2528 a.C. a 2500 a.C.)
V Dinastia
- Userkaf (2493 a.C. a 2486 a.C.)
- Sahure (2486 a.C. a 2474 a.C.)
- Menkauhor (2420 a.C. a 2413 a.C.)
VI Dinastia
- Teti (2344 a.C. a 2323 a.C.)
- Pepi I (2321 a.C. a 2287 a.C.)
- Pepi II (2278 a.C.. a 2184 a.C.)
VII Dinastia
- Menkare (? a.C. a 2171 a.C.)
VIII Dinastia
- Neferkamin II (2161 a.C. a 2159 a.C.)
- Qakare Ibi (2159 a.C. a 2155 a.C.)
IX Dinastia
- Kheti I (2140 a.C. a ? a.C.)
X Dinastia
- Khety V (2100 a.C. a ? a.C.)
XI Dinastia
- Antef I (2137 a.C. a 2117 a.C.)
- Mentuhotep II (2060 a.C. a 2010 a.C.): a reunificação do Egito sob o domínio de Mentuhotep II marcou o início do Império Médio. Essa conquista demonstrou força política e preparou o terreno para um período de estabilidade e prosperidade renovadas.
XII Dinastia
- Amenemhat I (1991 a.C. a 1962 a.C.)
- Amenemhat II (1926 a.C. a 1895 a.C.)
XIII Dinastia
- Amenemhat VI (1788 a.C. a 1785 a.C.)
- Hor I (? a.C. a ? a.C.)
- Aaqen (? a.C. a 1749 a.C.)
XIV Dinastia
- Nehesi (? a.C. a ? a.C.)
XV Dinastia
- Apopi I (governou por 40 anos)
XVI Dinastia
- Zaket (? a.C. a ? a.C.)
XVII Dinastia
- Antef V (1625 a.C. a 1622 a.C.)
- Kamés (1554 a.C. a 1550 a.C.)
XVIII Dinastia
- Amen-hotep I (1551 a.C. a 1520 a.C.)
- Tutmés I (1520 a.C. a 1492a.C.)
- Hatchepsut (1473 a.C. a 1458 a.C.)
- Aquenáton (Akhenaton) - (1352 a.C. a 1336 a.C.)
- Tutankamon (1327 a.C. a 1326 a.C.)
XIX Dinastia
- Ramsés I (1292 a.C. a 1290 a.C.)
- Seti I (1290 a.C. a 1279 a.C.)
- Seti II (1203 a.C. a 1197 a.C.)
Seti I: um dos principais faraós da XIX Dinastia. |
XX Dinastia
- Ramsés IV (1155 a.C. a 1149 a.C.)
XXI Dinastia
- Smendes (1077 a.C. a 1051 a.C.)
- Amenemope (1001 a.C. a 992 a.C.)
XXII Dinastia
- Osorkon I (922 a.C. a 887 a.C.)
- Takelot I (885 a.C. a 872 a.C.)
XXIII Dinastia
- Takelot II (837 a.C. a 826 a.C.)
XXVI Dinastia
- Tefnakht (732 a.C. a 725 a.C.)
XXV Dinastia
- Pié (752 a.C. a 721 a.C.)
- Chabataka (707 a.C. a 690 a.C.)
XXVI Dinastia
- Psamético I (664 a.C. a 610 a.C.)
XXVII Dinastia (domínio persa sobre o Egito)
- Cambises (525 a.C. a 521 a.C.)
- Dario I (521 a.C. a 485 a.C.)
- Xerxes I (485 a.C. a 445 a.C.)
XXVIII Dinastia
- Amirteus (404 a.C. a 399 a.C.)
XXIX Dinastia
- Hakor (393 a.C. a 380 a.C.)
XXX Dinastia
- Nectanebo II (360 a.C. a 343 a.C.)
XXXI Dinastia (segundo período de domínio persa no Egito)
- Artaxerxes II (343 a.C. a 338 a.C.)
Dinastia Macedônica
- Alexandre I (332 a.C. a 323 a.C.)
XI Ptolemaica
- Ptolomeu I (305 a.C. a 285 a.C.)
- Cleópatra I (193 a.C. a 176 a.C.)
- Ptolomeu XV (44 a.C. a 30 a.C.) - último faraó egípcio
Curiosidade histórica:
A maldição do faraó
No começo do século XX, os arqueólogos descobriram várias pirâmides no Egito Antigo. Nelas, encontraram diversos textos, entre eles, um que dizia que: "morreria aquele que perturbasse o sono eterno do faraó". Alguns dias após a entrada nas pirâmides, alguns arqueólogos morreram de forma estranha e sem explicações. O medo espalhou-se entre muitas pessoas, pois os jornais divulgavam que a "maldição dos faraós" estava fazendo vítimas. Porém, após alguns estudos, verificou-se que os arqueólogos morreram, pois inalaram, dentro das pirâmides, fungos mortais que atacavam os órgãos do corpo. A ciência conseguiu explicar e desmistificar a questão.
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Temas relacionados
Bibliografia e vídeos indicados:
Fonte de referência do texto:
GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013.
Vídeo indicado no YouTube:
A VIDA DOS FARAÓS DO ANTIGO EGITO: LUXO, CASAMENTO, DIVERSÃO, MULHERES, TUDO! - Canal Diário de Biololgia e História