Sociedade Egípcia

A sociedade do Egito era caracterizada pela existência de várias camadas sociais.

Trabalhadores rurais do Egito Antigo
Trabalhadores rurais do Egito Antigo

 

Características gerais da sociedade egípcia antiga



A sociedade do Egito Antigo possuía uma forma de organização bem eficiente, embora injusta, garantindo seu funcionamento e expansão.

 

Esta sociedade era hierárquica, ou seja, cada segmento possuía funções e poderes determinados, sendo que os grupos com menos poderes tinham que obedecer quem estava acima.

 

Ela era também patriarcal (os homens eram favorecidos em cargos, poder e posições sociais).



Principais grupos sociais e a função que exerciam nesta sociedade:



1. Faraó


Era o governante do Egito. Possuía poderes totais sobre a sociedade egípcia, além de ser reconhecido como um deus. O poder dos faraós era transmitido hereditariamente, portanto não havia nenhum processo de escolha ou votação para colocá-lo no poder. O faraó e sua família eram muito ricos, pois ficavam com boa parte dos impostos recolhidos entre o povo. A família real vivia luxuosamente em grandes palácios. Ainda em vida, ordenava a construção da pirâmide que iria abrigar seu corpo mumificado e seus tesouros após a morte.



2. Sacerdotes



Na escala de poder estavam abaixo somente do faraó. Eram responsáveis pelos rituais, festas e atividades religiosas no Antigo Egito. Conheciam muito bem as características e funções dos deuses egípcios. Comandavam os templos e os rituais após a morte do faraó. Alguns sacerdotes foram mumificados e seus corpos colocados em pirâmides, após a morte.



3. Chefes Militares



Os chefes militares eram os responsáveis pela segurança do território egípcio. Em momentos de guerra ganhavam destaque na sociedade. Tinham que preparar e organizar o exército de forma eficiente, pois uma derrota ou fracasso podia lhes custar a própria vida.


Após a expulsão dos hicsos (por volta de 1550 a.C.), os militares passaram a ter força política e social.



4. Escribas 



Eram os responsáveis pela escrita egípcia (hieroglífica e demótica). Registravam os acontecimentos e, principalmente, a vida do faraó. Escreviam no papiro (papel feito de fibras da planta papiro), nas paredes das pirâmides ou em placas de barro ou pedra. Os escribas também controlavam e registravam os impostos cobrados pelo faraó.



5. Povo Egípcio



Mais da metade da sociedade egípcia era formada por comerciantes, artesãos, lavradores e pastores. Trabalhavam muito para ganhar o suficiente para a manutenção da vida. Podiam ser convocados pelo faraó para trabalharem, sem receber salários, em obras públicas (diques, represas, palácios, templos, etc.).



6. Escravos



Geralmente eram os inimigos capturados em guerras de conquista. Trabalhavam muito e não recebiam salário. Ganhavam apenas roupas velhas e alimentos para a sobrevivência. Eram constantemente castigados como forma de punição. Eram desprezados pela sociedade e não possuíam direitos.

 

Pintura do Egito Antigo mostrando escravos trabalhando na agricultura

Escravos do Egito Antigo trabalhando na agricultura (pintura feita na parede de uma pirâmide).

 



Funções e direitos de gênero na sociedade egípcia

 

A sociedade egípcia era patriarcal, com os homens normalmente chefiando as famílias. No entanto, as mulheres gozavam de amplos direitos, incluindo a capacidade de possuir e herdar propriedades, participar no comércio e até mesmo divorciar-se dos maridos.


As oportunidades de educação e profissionais eram geralmente reservadas aos homens, mas as mulheres também podiam tornar-se escribas, padres ou médicas, embora isto fosse menos comum devido ao elevado custo da educação e aos papéis tradicionais de gênero.

 

 

 

Estrutura social do Egito Antigo

 

Estrutura social do Egito Antigo

 

 

 

Curiosidade:


No Egito Antigo existiam médicos. Eram chamados de nu dom (o homem do sofrimento). Sua atividade consistia em aplicar remédios e fórmulas mágicas nos pacientes, pedindo aos deuses que fizesse o efeito desejado.

 

 




Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).