Trabalho dos escravizados no Brasil
Os escravizados brasileiros trabalharam nos engenhos de açúcar, nas minas de ouro e outras atividades econômicas e domésticas no Brasil Colônia e Império.
O trabalho dos escravizados indígenas
Os índios foram usados no Brasil desde os primeiros anos da colonização até o século XVIII. Os colonos portugueses escravizaram os índios para que eles trabalhassem, principalmente, na extração de madeira. Os índios escravizados cortavam e transportavam a madeira até as embarcações.
Os índios eram muito explorados e recebiam duros castigos físicos quando se recusavam a trabalhar ou faziam algo errado. Muitos não aguentavam a situação e morriam.
O trabalho dos escravizados africanos no Brasil
Os portugueses que colonizaram o Brasil foram buscar na África a necessária para a cultura da cana-de-açúcar. Os escravizados trabalhavam em todas as etapas da produção do açúcar, desde o plantio até a fabricação do açúcar nos engenhos. Trabalhavam de sol a sol e eram castigados com violência quando não cumpriam ordens, erravam no trabalho ou tentavam fugir. Tinham que executar todos os trabalhos solicitados por seu “dono”.
As mulheres escravas também trabalhavam muito, porém alguns tinham a “sorte” de realizarem serviços domésticos (limpeza, culinária, cuidar das crianças). Essas tinham uma atividade menos penosa.
Os filhos dos escravizados trabalhavam desde muito cedo. Por volta dos oito anos já eram obrigados a executar trabalhos de adultos e praticamente perdiam sua infância.
A partir da metade do século XVIII, com a descoberta das minas de ouro, os escravizados de origem africana passaram a trabalhar também na mineração. Faziam o trabalho mais pesado, ou seja, quebravam pedras, carregavam cascalho e atuavam na busca de pepitas de ouro nos rios.
Nos séculos XVIII e XIX eram comuns, principalmente nas cidades maiores, os escravizados de ganho. Estes tinham a liberdade de executar serviços ou vender mercadorias (doces, por exemplo) nas ruas. Porém, a maior parte dos lucros destas atividades deveriam ser entregues aos seus proprietários. Embora ficassem com pouco, muitos escravizados de ganho guardavam dinheiro durante anos para poder comprar a carta de alforria, conquistando assim sua liberdade.
Os escravizados foram a principal mão de obra utilizada nas minas de ouro do século XVIII no Brasil. |
Quais foram os tipos de trabalhos dos escravizados africanos no Brasil (exemplos):
1. Trabalhos principais:
- Plantação e colheita de cana-de-açúcar (principalmente para homens).
- Trabalho nos engenhos na produção de açúcar.
- Trabalhos domésticos na casa do senhor de engenho (principalmente mulheres).
- Trabalho nas plantações de café
- Trabalho na lavoura de algodão
- Trabalho nas minas de ouro e diamante
- Trabalho em fazendas de gado
2. Trabalhos secundários:
- Trabalho em obras de construção civil
- Trabalho na lavoura de tabaco
- Trabalho artesanal (como carpintaria e ferreiro)
- Serviço em atividades portuárias
- Trabalho em pequenas manufaturas urbanas
- Trabalho como vendedores ambulantes ou em pequenos comércios
Conclusão
O trabalho imposto aos escravizados no Brasil até a abolição (1888) foi duro, massacrante e injusto (pois era obrigatório, sem direitos e sem remuneração). Recebiam apenas alimentação de baixa qualidade, roupas velhas e alojamento (senzala) subumano. Muitos escravizados não resistiam e morriam de doenças ou em acidentes de trabalho, que eram comuns na época. Não possuíam não direito e eram vendidos e comprados como mercadorias. Contra estas condições de trabalho, muitos escravizados fizeram revoltas ou fugiram, formando os quilombos, onde podiam trabalhar de acordo com os costumes africanos.
O trabalho escravo doméstico também foi comum na história do Brasil colonial e imperial. |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
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Bibliografia Indicada
Fontes de referência do texto:
- VIANA, Hélio. História do Brasil: período colonial, monarquia e república. São Paulo: Melhoramentos, 1994.
- VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo, Scipione, 1998.