Contracultura
A contracultura foi um movimento de contestação cultural típico das décadas de 1960 e 1970.
Definição e origem
Surgida nos Estados Unidos na década de 1960, a contracultura pode ser entendida como um movimento de contestação de caráter social e cultural. Nasceu e ganhou força, principalmente entre os jovens desta década, seguindo pelas décadas posteriores até os dias atuais.
De modo geral, podemos citar como características principais deste movimento, nas décadas de 1960 e 1970:
• Valorização da natureza, com o desenvolvimento de uma consciência e ativismo precoce para questões ambientais e conservação;
• Vida comunitária: vida comunal, cooperativas e estilos de vida alternativos eram explorados como maneiras de escapar das estruturas sociais convencionais;
• Luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão);
• Vegetarianismo: busca de uma alimentação natural;
• Respeito às minorias raciais e culturais;
• Experiência com drogas psicodélicas,
• Liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos;
• Uma abordagem do tipo faça-você-mesmo para a vida, desde fazer roupas até cultivar alimentos, rejeitando a cultura consumista;
• Anticonsumismo;
• Aproximação das práticas religiosas orientais, principalmente do budismo;
• Crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão;
• Interesse em religiões e práticas espirituais orientais, como o hinduísmo e o budismo, como alternativas às normas religiosas ocidentais;
• Comportamentos e ações libertárias (contra os padrões sociais tradicionais);
• Presença de forte oposição às normas sociais convencionais, sistemas políticos e ideologias, frequentemente expressa através de protestos e desobediência civil;
• Discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado.
Mensagens de paz, amor e desenhos coloridos também estiveram relacionados ao movimento de contracultura. |
Precursores da contracultura: os beatniks
Os precursores da revolução contracultural foram os chamados beatniks (integrantes da Geração Beat), cuja característica mais importante foi o inconformismo com a realidade do começo da década de 1960. Os líderes do movimento beatnik, que serviu de base para o movimento hippie, foram Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs.
Na segunda metade dos anos 60, Ken Kesey, Alan Watts, Timothy Leary e Norman Brown criaram a teoria e práxis contracultural, ganhando destaque e transformando-se nas lideranças do movimento.
Contracultura e música
Com relação ao mundo musical, podemos citar a cantora Janis Joplin como o símbolo deste movimento na década de 1960. As letras de suas canções e seu estilo fugiam do convencional, criticando, muitas vezes, o padrão musical estabelecido pela cultura de massa. Os músicos Jim Morrison e Jimi Hendrix também se encaixam neste contexto cultural.
Na atualidade
Atualmente a contracultura ainda vive, porém, está preservada em pequenos grupos sociais e artísticos que contestam alguns parâmetros estabelecidos pelo mercado cultural, governos e movimentos tradicionalistas.
Movimento Hippie: um dos símbolos da contracultura dos anos 1960. |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Temas relacionados
Bibliografia Indicada
PEREIRA, Carlos A. M. O que é contracultura. São Paulo: Brasiliense, 2020.
Fonte de referência do artigo:
NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. [S.l.]: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 1999. 1 CD-ROM.
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