Niilismo na Filosofia

O niilismo é uma corrente filosófica que nega aspectos fundamentais da existência humana.

Niilismo: falta de significado na vida e pessimismo.
Niilismo: falta de significado na vida e pessimismo.

 

O que é Niilismo na Filosofia?


O Niilismo é uma doutrina filosófica que sugere a negação de um ou mais aspectos supostamente significativos da vida.


Muitas vezes o Niilismo está associado ao ceticismo extremo e ao pessimismo, postulando que a vida carece de significado objetivo, propósito ou valor intrínseco.



Niilistas morais e existenciais

 

Niilistas morais: afirmam que a moralidade não existe inerentemente e que quaisquer valores morais estabelecidos são criados artificialmente, de forma abstrata.


Niilistas existenciais: alegam que a vida é sem significado objetivo, propósito ou valor intrínseco.




Principais características do Niilismo na Filosofia:


Rejeição de valores e crenças tradicionais: niilistas frequentemente rejeitam valores morais convencionais e crenças religiosas, argumentando que estes são infundados e ilusórios.


Ceticismo sobre a verdade objetiva: muitos niilistas são céticos sobre a possibilidade de verdade objetiva, especialmente em questões de moralidade e valor.


Pessimismo sobre a existência humana: um tema comum na filosofia niilista é uma perspectiva pessimista sobre a existência humana e a condição humana.


Ênfase na subjetividade: o niilismo enfatiza a natureza subjetiva da realidade, negando frequentemente a existência de verdades universais ou absolutas.




Principais escritores e filósofos niilistas:


Arthur Schopenhauer: sua filosofia, que enfatizava a falta de sentido e a futilidade da vida guiada pela vontade cega, tem elementos niilistas, embora ele mesmo não fosse um niilista puro.


Fyodor Dostoevsky: não é um filósofo no sentido estrito, mas suas obras literárias exploram temas niilistas, particularmente a ideia de que se Deus não existe, tudo é permitido.


Jean-Paul Sartre: como existencialista, as visões de Sartre sobre o absurdo da existência e a necessidade de criar um significado individual se alinham com certos aspectos do niilismo.

 

Martin Heidegger: frequentemente associado ao niilismo devido à sua análise profunda sobre o "nada" e o "ser". Em sua obra "Ser e Tempo", ele explora a ideia de que as estruturas tradicionais de significado e valor estão fundamentadas em um entendimento equivocado do ser. Heidegger argumenta que as concepções humanas do ser são marcadas por uma "esquecimento do ser", levando a uma existência desenraizada e sem sentido. Este aspecto de seu pensamento, que desafia e desconstrói as noções convencionais de verdade e significado, é visto como um alinhamento com as ideias centrais do niilismo, embora Heidegger mesmo nunca se identificasse explicitamente como um niilista.

 

Søren Kierkegaard: associado ao niilismo não porque ele negue explicitamente o significado ou o valor, mas devido ao seu foco intenso na subjetividade e na crise existencial individual. Em seus escritos, Kierkegaard explora a ansiedade, o desespero e a sensação de absurdo enfrentados pelo indivíduo ao confrontar a realidade de uma existência sem significado inerente. Ele argumenta que, em um mundo onde os valores tradicionais e as crenças religiosas estão cada vez mais questionados, o indivíduo se depara com o vazio existencial e a necessidade de criar seu próprio sentido e propósito.

 


Embora esses pensadores tenham contribuído para ou influenciado o pensamento niilista, é importante notar que o niilismo é mais uma característica de seu trabalho do que um rótulo definitivo para toda a sua perspectiva filosófica.

 

Foto do filósofo Schopenhauer

Schopenhauer: um dos principais representantes da filosofia niilista.



Friedrich Nietzsche era niilista?

 

Frequentemente identificado erroneamente como niilista, Nietzsche, na verdade, criticou o niilismo como resultado de frustrações repetidas na busca por significado. Ele é associado ao conceito por sua profunda influência no desenvolvimento do pensamento niilista.



 

 



Publicado em 19/01/2024


Por Jefferson Evandro M. Ramos (historiador formado pelo USP).