Pragmatismo na Filosofia
O pragmatismo filosófico é uma escola de pensamento que enfatiza a aplicação prática do conhecimento e a utilidade das ideias.
Definição (o que é)
O pragmatismo é uma tradição filosófica que vê a linguagem e o pensamento como ferramentas para previsão, resolução de problemas e ação, em vez de descrever, representar ou espelhar a realidade. Ele entende o conhecimento do mundo como inseparável da agência dentro dele. Esta abordagem à filosofia enfatiza a aplicação prática das ideias, agindo sobre elas para realmente testá-las nas experiências humanas.
Principais características do pragmatismo filosófico:
• Ele enfatiza a natureza "plástica" da realidade e a função prática do conhecimento como um instrumento para se adaptar e controlar o ambiente.
• Crença que conceitos, hipóteses e teorias são formados e justificados com base em seus usos práticos e nos papéis que desempenham na direção do comportamento.
• Valorização da mudança e da ação, criticando doutrinas morais e metafísicas que negligenciam esses aspectos. O pragmatismo também enfatiza a prioridade da experiência real sobre os princípios abstratos.
• O pensamento é visto como uma ferramenta para resolver problemas e lidar com a experiência, em vez de um meio para alcançar a certeza absoluta.
• O pragmatismo rejeita a ideia de que existe um fundamento último ou absoluto para o conhecimento.
• Tolerância de diferentes perspectivas e métodos, refletindo uma abordagem pluralista para a verdade e a realidade.
Charles Sanders Peirce: um dos principais filósofos representantes do Pragmatismo. |
Principais filósofos representantes:
Charles Sanders Peirce (1839-1914): pedagogo e filósofo inglês, defendeu uma abordagem pragmática para a verdade e o conhecimento. É considerado o fundador do pragmatismo.
William James (1842-1910): filósofo e psicólogo norte-americano, enfatizou o afastamento da abstração e insuficiência, e a importância da experiência prática e dos efeitos concretos das ideias e crenças na vida das pessoas.
John Dewey (1859-1952): considerado um dos principais filósofos do pragmatismo devido à sua abordagem da educação e da democracia, que enfatizava a importância da experiência, da interação e da reflexão crítica na aprendizagem e na vida social. Ele via a educação como um meio vital para a realização pessoal e a melhoria da sociedade.
George Herbert Mead (1863-1931): reconhecido como um filósofo pragmatista por sua teoria do interacionismo simbólico, que destaca a importância da comunicação e da interação social na formação da identidade pessoal e da consciência. Ele argumentava que o self se desenvolve através da participação em comunidades sociais, enfatizando o papel da sociedade na formação dos indivíduos.
Richard Rorty (1931-2007): considerado um filósofo do pragmatismo por sua crítica à filosofia tradicional e sua defesa de uma abordagem mais prática e utilitária do pensamento filosófico. Ele rejeitou a busca por verdades universais e fundamentais, argumentando em favor da contingência das crenças e da importância do diálogo e do consenso na formação do conhecimento.
Filósofos mais recentes associados ao pragmatismo incluem: Nicholas Rescher, Jürgen Habermas, Richard Bernstein, Stephen Stich, Susan Haack, Robert Brandom, Cornel West e Cheryl Misak.
Estes filósofos são considerados pragmatistas porque compartilham uma ênfase comum na aplicação prática das ideias e na inseparabilidade do conhecimento da ação. No entanto, é importante notar que não há um único credo pragmatista, e esses filósofos têm diferentes visões sobre questões importantes e até mesmo discordam sobre quais são as questões importantes. Apesar dessas diferenças, todos eles contribuem para a rica e diversa tradição do pragmatismo na filosofia.
Publicado em 08/02/2024
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Bibliografia Indicada
Fonte de referência do artigo:
- MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. 7. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.