Protágoras

Protágoras de Abdera foi um filósofo pré-socrático e sofista da Grécia Antiga.

Quem foi o filósofo Protágoras?


Protágoras de Abdera, uma figura proeminente na era de ouro da filosofia grega, destaca-se como um dos sofistas mais influentes de seu tempo. Florescendo no século V a.C., suas buscas intelectuais e ensinamentos estabeleceram as bases para o que se tornaria um movimento significativo na filosofia clássica, enfatizando o poder da retórica, a relatividade da verdade e a importância da experiência humana.

Biografia de Protágoras


Nascido em Abdera, na Trácia, por volta de 490 a.C., Protágoras teve uma vida tão intrigante quanto suas indagações filosóficas. Pouco se sabe sobre sua vida inicial, mas seu talento intelectual logo o levou a Atenas, o epicentro do pensamento e debate filosófico do mundo antigo. Em Atenas, Protágoras tornou-se uma figura célebre, conhecido por seu ensino e sua associação com contemporâneos proeminentes, incluindo Péricles, o influente estadista ateniense.

 

Apesar de seu sucesso, as ideias de Protágoras, particularmente sua postura agnóstica em relação aos deuses, eventualmente levaram a controvérsias. Segundo algumas fontes, essa controvérsia culminou em um julgamento por impiedade, forçando-o a fugir de Atenas. O final de sua vida é envolto em mistério, com alguns sugerindo que ele morreu a caminho da Sicília por volta de 420 a.C.

Principais ideias filosóficas de Protágoras:



• Relativismo e subjetivismo: Protágoras é talvez mais conhecido por sua afirmação de que "o homem é a medida de todas as coisas", uma declaração que resume sua crença na natureza subjetiva do conhecimento. Segundo Protágoras, a verdade é relativa, variando de pessoa para pessoa com base em suas percepções e experiências.


• Agnosticismo: ele manteve uma visão cética do divino, afirmando famosamente que não tinha como saber se os deuses existiam ou não. Esse agnosticismo foi radical na época e contribuiu para sua eventual ostracização (expulsão da cidade-estado).


• Relativismo ético: estendeu seu relativismo à ética, argumentando que os valores morais não são universais, mas são moldados pelos costumes e tradições de sociedades individuais.


• Importância da retórica: como sofista, Protágoras deu grande ênfase à arte da retórica, ensinando que a comunicação eficaz e a argumentação eram chaves para alcançar sucesso na vida pública.

• Crítica às habilidades técnicas: criticou certas habilidades técnicas, como geometria e astronomia, considerando-as menos úteis em comparação com a arte política, que ele via como central em seus ensinamentos. Ele enfatizou a importância da política e da justiça na sociedade humana.

• Influência na lei e interpretação: a abordagem de Protágoras para interpretação, particularmente no contexto da lei, foi significativa. Ele acreditava que as leis e costumes evoluíam através do acordo social, distinguindo entre leis naturais e costumes humanos.

 

Pintura mostrando Demócrito (centro) e Protágoras (direita). Pintura de Salvator Rosa.

Conhecemos as obras de Protágoras?


A maioria das obras de Protágoras se perdeu na história, mas suas ideias são preservadas através dos relatos de outros filósofos, notavelmente Platão. Sua obra mais famosa, "Verdade", continha sua doutrina relativista, enquanto outros textos, como "Sobre os Deuses" e "Arte da Erística", mostravam suas visões agnósticas e sua habilidade em argumentação, respectivamente.

 

Busto de Protágoras de Abdera

Legado de Protágoras para a filosofia


A influência de Protágoras se estende muito além de sua vida, impactando não apenas o campo da filosofia, mas também o desenvolvimento do pensamento ocidental. Suas ideias sobre relativismo e a natureza subjetiva da verdade lançaram as bases para movimentos filosóficos posteriores, incluindo o ceticismo e o existencialismo. Além disso, sua ênfase na retórica e argumentação influenciou os campos da comunicação, direito e educação.

Apesar da perda de suas obras, o legado de Protágoras como um pensador pioneiro na exploração da verdade, ética e compreensão humana perdura, tornando-o uma figura central na história da filosofia.

 

 

 

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Publicado em 23/02/2024