Construtivismo Russo

As principais características desse movimento artístico do início do século XX

Alexander Rodchenko: um dos principais artistas do construtivismo russo
Alexander Rodchenko: um dos principais artistas do construtivismo russo

 

O que foi

 

O Construtivismo Russo foi um movimento artístico, que surgiu na Rússia por volta de 1914 e se desenvolveu no contexto histórico da Revolução Russa de 1917. Esse movimento se desenvolveu, principalmente, nos campos da pintura, fotografia, escultura, artes gráficas e arquitetura.

 

Embora tenha surgido na Rússia, esse movimento se espalhou para outros países da Europa, principalmente pela Alemanha. Durou até meados da década de 1930, quando foi substituído pelo realismo socialista.


Principais características:

 

Arte com forte engajamento e função social, e não simplesmente a “arte pela arte”. Portanto, o movimento fez oposição ao tradicionalismo artístico em que a arte era vista apenas do ponto de vista estético e contemplativo.

 

Valorização das novas tecnologias modernas, principalmente relacionadas à indústria.

 

Ideal, a partir da revolução socialista, de um mundo melhor, inovador e mais justo, através da implantação do socialismo.

 

Valorização da sociedade industrial (destaque para as máquinas).

 

Artistas com forte viés político socialista.

 

Esse movimento foi influenciado pelo futurismo russo e também pela arte abstrata.

 

Uso de objetos inovadores na confecção de obras de arte.

 

Muitos artistas desse movimento estiveram alinhados ideologicamente ao novo governo socialista da Rússia.

 

Valorização dos elementos culturais do proletariado, deixando de lado os ideais burgueses.

 

Uso de técnicas artísticas inovadoras.

 

Ligação da arte com a vida e o mundo cotidiano. Os temas relacionados ao trabalho (principalmente operário) e a vida cotidiana foram muito trabalhados pelos artistas construtivistas russos.



Principais artistas do construtivismo russo:

 

- Alexander Rodchenko (1891-1956): pintor, escultor e artista gráfico russo. Autor de Composição abstrata (1919) e Sacadas (1925).

 

- Naum Gabo (1890-1977): escultor russo. Autor de Cabeça número 2 (1916) e Dois cubos (1930).

 

- Vladimir Tatlin (1885-1953): arquiteto, pintor, escultor e ilustrador russo. Autor de Composição (1916) e Modelo de um monumento internacional (1919).

 

- El Lissitzky (1890-1941): designer, arquiteto e artista russo. Autor de O Construtor (1925) e Yingl tsingl khvat (1919).

 

- Liubov Popova (1889-1924): pintora cubista russa. Autora das obras: Ar+Homem+Espaço (1912) e Retrato de um filósofo (1915).



Você sabia?

 

- No cinema, o grande nome do construtivismo russo foi o diretor e roteirista Serguei Eisenstein (1898-1948). Suas principais obras foram os filmes mudos: O Encouraçado Potemkin e Outubro.

 

Retrato de um filósofo, obra de Liubov Popova
Retrato de um filósofo (1915), obra da artista construtivista russa Liubov Popova.

 

 

 

Dança, uma Composição Sem Objeto, obra de Alexander Rodchenko

Dança, uma Composição Sem Objeto (1915), exemplo de obra construtivista de Alexander Rodchenko

 

 

Legado nas artes plásticas:

 

• Fundação do design modernista: o Construtivismo Russo introduziu princípios estéticos abstratos e geométricos que influenciaram significativamente a arquitetura modernista, o design gráfico e o design industrial, promovendo a funcionalidade junto à expressão artística.


• Influência em movimentos artísticos posteriores: inspirou movimentos de vanguarda posteriores, como a Bauhaus na Alemanha e De Stijl na Holanda, incorporando seus ideais de propriedades dos materiais e composição em diálogos artísticos mais amplos.


• Relevância contínua na Arte Contemporânea: a abordagem experimental do movimento continua a ressoar na arte contemporânea, influenciando artistas que integram mídias mistas e exploram a interação entre tecnologia, cultura e política em seus trabalhos.

 

 

Pintura para uma peça teatral

Pintura para a peça Uma vida pelo Czar (1913): design de Vladimir Tatlin.

 

 


 

Publicado em 31/03/2020

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).