Filosofia Helenística

A Filosofia Helenística é um conjunto de escolas filosóficas da Grécia Antiga.

Epicuro: exemplo de representante da filosofia helenística
Epicuro: exemplo de representante da filosofia helenística

 

O que foi

 

Chamamos de filosofia helenística as várias escolas e correntes filosóficas do período histórico conhecido como Helenismo. Esse período vai da morte de Alexandre, o Grande (323 a.C.) até, aproximadamente, meados do século II d.C.



Escolas filosóficas do período helenístico e seus principais filósofos:

 

- Ceticismo: Pirro de Élis (365 a.C.-270 a.C.) e Tímon de Fliunte (320 a.C.-230 a.C.).

 

- Epicurismo: Epicuro de Samos (341 a.C.-270 a.C.), Lucrécio (ca. 99– ca. 55 a.C.) e Zenão de Sidon (ca. 150– ca. 75 a.C.).

 

- Estoicismo: Zenão de Cítio (333 a.C. – 263 a.C.), Epicteto (55 d.C. - 135 d.C.) e Panécio de Rodes (a. 185 — ca. 110/09 a.C.).

 

- Cinismo: Diógenes de Sinope (412 a.C. – 323 a.C.), Antístenes (445 a.C.-365 a.C.) e Diógenes de Sinope (412 a.C.-323 a.C.).

 

- Escola Peripatética: Teofrasto (ca. 372- ca. 287 a.C.), Estratão (ca. 335- ca. 69 a.C.) e Andrônico (século I a.C.).

 

- Neopitagorismo: Apolônio de Tiana (2 a.C. - ca. 98 d.C.) e Nicômaco de Gerasa (ca. 60 - século II d.C.).

 

- Platonismo: Espeusipo (407 a.C.–339 a.C.) e Plutarco (46 d.C.–120 d.C.).

 

- Ecletismo: Cícero (106-43 a.C.) e Sêneca, o jovem (4 a.C. - 65 d.C.).




Principais características da Filosofia Helenística:

 

Intenso e dinâmico sincretismo cultural entre a cultura macedônica (cultura oriental fortemente influenciada pela cultura grega), a cultura romana e o cristianismo (em sua fase inicial e de expansão).

 

Um dos principais objetivos da filosofia helenística era refletir sobre a busca da felicidade interior (individual).

 

Valorização do conhecimento voltado para o “saber viver”.

 

Grande influência dos pensamentos dos filósofos gregos Aristóteles e Platão.

 

O conhecimento filosófico sai do campo do abstrato (considerado sem utilidade pelos helenístas) e vai para a valorização do propósito moral.

 

Ganham importância, na formação do conhecimento, a Lógica, a Ética e a Física.

 

O entendimento de Aristóteles, do ser humano como um “animal cívico”, perde espaço para a visão do homem como um “animal social”.

 

A liberdade passa a ser entendida dentro de um sistema de restrições.

 

Busto de Zenão de Cítio, filósofo grego helenístico
Zenão de Cítio: outro importante representante da filosofia helenística.

 

 

Pintura do rosto de um homem branco de cabelos curtos e claros com barba clara

Tito Lucrécio Caro: filósofo romano epicurista.

 


Legado da filosofia helenística

 


O legado da filosofia helenística vai além de seus princípios fundamentais. Influenciou movimentos filosóficos posteriores e lançou as bases para diversas buscas intelectuais. A natureza cosmopolita das escolas filosóficas atenienses durante esse período atraiu estudantes de várias regiões, fomentando um rico intercâmbio de ideias em campos como retórica, matemática, física, botânica, zoologia, religião, música, política, economia e psicologia. Além disso, o patrocínio do conhecimento por governantes como os reis Ptolomaicos em Alexandria criou renomados centros intelectuais que preservaram e disseminaram textos antigos e conhecimento entre diferentes culturas.


Em resumo, o legado da filosofia helenística reside em seu impacto duradouro no pensamento e na cultura ocidental. Moldou desenvolvimentos filosóficos subsequentes e contribuiu para uma compreensão mais ampla de ética, virtude e bem-estar humano. A fusão de ideias gregas com outros elementos culturais durante esse período criou um ambiente intelectual vibrante que transcendeu fronteiras geográficas e influenciou civilizações muito além de seu tempo.

 

 


 

 

RESUMO

 

Filosofia helenística: período que se estendeu do final do século IV a.C., após a morte de Alexandre, o Grande, até o século III d.C., marcado pelo foco em questões éticas e práticas de vida pessoal, em vez de investigações metafísicas e epistemológicas abstratas.


Principais escolas filosóficas:


Estoicismo: fundado por Zenão de Cítio, enfatiza a razão, o controle das paixões e a busca da virtude como caminho para a felicidade.

- A virtude é suficiente para alcançar a felicidade.
- Defende a conformidade com a natureza e o destino.
- A apatia (ausência de paixões) é uma característica essencial do sábio estoico.


Epicurismo: fundado por Epicuro, valoriza o prazer moderado e a ausência de sofrimento como o objetivo da vida feliz.

- Prioriza prazeres simples e a tranquilidade da alma.
- Evita o desejo excessivo e o medo dos deuses e da morte.
- Valoriza a amizade como fonte de prazer duradouro.


Ceticismo:
fundado por Pirro de Élis, busca a suspensão do juízo para alcançar a tranquilidade.

- Acredita que a verdade absoluta é inatingível.
- Adota a prática da epoché (suspensão do juízo).
- A tranquilidade surge ao evitar opiniões definitivas.


Cinismo: inspirado em Diógenes de Sinope, prega o desprezo pelas convenções sociais e a vida em conformidade com a natureza.

- Rejeita a riqueza, o poder e as normas sociais.
- Valoriza a autossuficiência e a liberdade pessoal.
- Utiliza a crítica e a provocação como ferramentas filosóficas.


Influência da filosofia helenística

- Marcou a transição para uma abordagem mais prática da filosofia, centrada na ética.

- Influenciou o pensamento romano, especialmente por meio dos estoicos, como Sêneca e Marco Aurélio.

- Deixou legado significativo na filosofia moderna, com o interesse renovado em suas lições sobre a vida virtuosa e a busca da felicidade.

 


 

 

Veja também

 


Aristóteles: vida e obra

Filosofia, escolas filosóficas e filósofos

Helenismo

Períodos da Filosofia Grega e filósofos

Platão

 



Publicado em 18/10/2019. Atualizado em 13/02/2025

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).