Absolutismo na França
A França foi o país em que o regime absolutista mais de desenvolveu.

Introdução
Foi na França que o absolutismo teve seu maior desenvolvimento. A frase "L'État, c'est moi" (“O estado sou eu”), que representa muito bem o poder do monarca absolutista, foi proferida pelo rei francês Luís XIV.
Origem
O regime absolutista francês começou a se formar após o final da Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Embora vencedora, a França encontrava-se desorganizada com vários sistemas jurídicos, privilégios e tradições. O rei surgiu como um elemento centralizador capaz de dar unidade política e econômica à França.
O primeiro monarca a seguir a linha absolutista na França foi Luís XI, que usou vários esquemas para estender a sua autoridade a todos os territórios que formavam a França em meados do século XVI. No campo político, seu governo se pautou no sentido de afirmar sua autoridade diante dos direitos da nobreza e do clero (originários dos privilégios feudais).
A consolidação do regime absolutista francês
Se Luís XI é considerado o consolidador do absolutismo na França, foi com Luís XIV que o regime atingiu seu auge. Conhecido como o “Rei Sol”, Luís XIV governou com autoridade absoluta, usufruindo, junto com a corte, de todos os luxos, poderes e privilégios possíveis.
Características do regime absolutista francês:
• Poder centralizado: em um sistema absolutista, o monarca detém a autoridade máxima e suas decisões não estão sujeitas a restrições legais ou legislativas. Reis franceses como Luís XIV, Luís XV e Luís XVI detinham o poder absoluto e eram considerados a fonte suprema de legislação, justiça e governança.
• Direito Divino dos Reis: os monarcas absolutistas na França, assim como em outras partes da Europa, justificavam seu governo por meio do conceito do "direito divino dos reis", a crença de que sua autoridade para governar era concedida por Deus. Isso contribuiu para a ideia do monarca como uma figura infalível cujas decisões não podiam ser questionadas.
• Cultura da corte: Luís XIV mudou sua corte para o Palácio de Versalhes, um cenário grandioso onde os nobres eram convidados a viver e participar de elaborados rituais e cerimônias. Essa cultura da corte não apenas destacou a majestade e a grandeza da monarquia, mas também ajudou a manter a nobreza ocupada e menos propensa a desafiar o poder real.
• Expansão Burocrática: para manter o controle sobre o país, os monarcas absolutistas franceses expandiram a burocracia, nomeando funcionários para administrar os assuntos em nível regional. Isso também reduziu o poder da nobreza, já que esses burocratas eram tipicamente leais ao rei.
• Controle sobre a religião: a monarquia francesa manteve um certo nível de controle sobre a Igreja Católica na França por meio da Igreja Galicana, permitindo que o rei nomeasse bispos e cobrasse impostos da igreja. Isso é exemplificado pelo Edito de Fontainebleau emitido por Luís XIV, que revogou o Edito de Nantes e levou ao aumento da perseguição aos protestantes.
• Expansão militar: os monarcas absolutistas franceses, principalmente Luís XIV, adotaram políticas externas agressivas e mantiveram grandes exércitos permanentes. O controle da monarquia sobre os militares era um aspecto fundamental de seu poder.
• Dificuldade financeira: a extravagância da corte, juntamente com guerras caras, impuseram uma grande pressão financeira à França. Isso levou a um descontentamento generalizado entre as pessoas comuns e a burguesia, contribuindo para a eclosão da Revolução Francesa em 1789.
O fim do regime
O absolutismo francês durou até 1789, quando a Revolução Francesa colocou fim ao regime absolutista no país.
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Área interna do Palácio de Versalhes: símbolo do luxo e poder dos monarcas absolutistas franceses. |
Principais reis absolutistas franceses:
- Luís XI (Dinastia dos Valois) - governou a França de 1461 a 1483. É considerado o consolidador do regime absolutista na França.
- Henrique IV (Dinastia dos Bourbons) - governou a França entre 1589 e 1610.
- Luis XIV (Dinastia dos Bourbons) - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.
- Luis XV (Dinastia dos Bourbons) - governou a França entre 1715 e 1774.
- Luis XVI ( Dinastia dos Bourbons) - governou a França entre 1774 e 1789.
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Luis XVI da França: o último monarca absolutista francês. |
RESUMO
Introdução
- O absolutismo teve seu maior desenvolvimento na França.
- A frase "O estado sou eu", de Luís XIV, reflete o poder absolutista.
Origem
- O regime absolutista surgiu após a Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
- A França estava desorganizada, com sistemas jurídicos e privilégios diversos.
- O rei tornou-se o elemento centralizador para a unidade política e econômica.
- Luís XI foi o primeiro monarca a seguir a linha absolutista.
- Centralizou a autoridade e limitou os privilégios feudais da nobreza e do clero.
Consolidação do absolutismo
- Luís XI consolidou o absolutismo, mas o auge ocorreu com Luís XIV, o “Rei Sol”.
- Luís XIV exerceu poder absoluto e viveu em luxo no Palácio de Versalhes.
Características do regime absolutista francês:
- Poder centralizado: o monarca detinha autoridade máxima, sem restrições legais.
- Direito Divino dos Reis: o poder era justificado como concedido por Deus.
- Cultura da corte: a vida no Palácio de Versalhes consolidava o controle sobre a nobreza.
- Expansão burocrática: funcionários regionais fiéis ao rei enfraqueceram a nobreza.
- Controle sobre a religião: a Igreja Galicana foi usada para fortalecer o poder real.
- Expansão militar: exércitos permanentes garantiam a autoridade e a política externa agressiva.
- Dificuldade financeira: luxo e guerras levaram à crise que fomentou a Revolução Francesa.
O fim do regime
- O absolutismo na França terminou em 1789 com a Revolução Francesa.
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Temas relacionados
Bibliografia e vídeos indicados:
NETO, J. A. Freitas; TASINAFO, Celio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2015.
SCHNNEBERGER, Carlos Alberto. Manual Compacto de História Geral. São Paulo: Editora Rideel, 2011.
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