Perséfone

Na mitologia grega, Perséfone era a deusa da agricultura e vegetação e rainha do submundo.

 

Quem foi

Perséfone, uma figura importante na mitologia grega, era filha de Zeus, o rei dos deuses, e Deméter, a deusa da agricultura e fertilidade. Ela era conhecida como a Rainha do Submundo, bem como a deusa do crescimento da primavera. A história de Perséfone está profundamente entrelaçada com as estações do ano e o ciclo da vida e da morte.

 

A Lenda do Rapto de Perséfone

 

A Lenda de Perséfone relata como Hades, o deus do submundo, sequestrou Perséfone enquanto ela colhia flores em um prado. Ele a levou para o submundo para ser sua esposa, contra a vontade dela. Deméter, devastada pelo desaparecimento da filha, procurou freneticamente por ela, causando uma grande fome que se espalhou pela terra enquanto negligenciava suas funções como deusa da agricultura.


Eventualmente, Zeus interveio e fez um acordo com Hades para permitir que Perséfone retornasse ao mundo superior por parte do ano. No entanto, como ela havia comido sementes de romã no submundo, ela estava destinada a passar uma parte de cada ano no submundo com Hades. Essa explicação mitológica foi usada para simbolizar as mudanças das estações: quando Perséfone está com sua mãe Deméter, as plantas florescem e prosperam (primavera e verão), mas quando ela desce de volta ao submundo, a vegetação murcha e morre (outono e inverno).

 

Perséfone sincretizada com a deusa egípcia Ísis (estátua feita no período romano, por volta do ano 180).

 

 

Significado e simbolismo da lenda

 

A Lenda de Perséfone carrega um simbolismo profundo. Ela representa temas de crescimento, transformação e renovação. O tempo de Perséfone no submundo simboliza a morte e a decadência, enquanto seu retorno ao mundo superior significa renascimento e regeneração. Esse padrão cíclico espelha o ciclo natural de plantio, crescimento, colheita e dormência que caracteriza a vida agrícola.


Além disso, a história de Perséfone também aborda temas de dinâmicas de poder na Grécia Antiga. Seu rapto por Hades sem seu consentimento destaca questões de controle e autonomia. Apesar de ser forçada a uma situação além de seu controle, Perséfone mantém poder de decisão por meio de suas escolhas e ações.


No geral, a Lenda de Perséfone serve como uma metáfora poderosa para a interconexão da vida e da morte, luz e escuridão, crescimento e decadência. Ela destaca o ciclo eterno dos ritmos da natureza e oferece reflexões sobre questões filosóficas profundas sobre existência, transformação e a resistência duradoura da vida diante da adversidade.

 

O retorno de Perséfone (1891): pintura de Frederic Leighton.

 

 

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Publicado em 08/03/2024

Por Jefferson Evandro M. Ramos (graduado em História pela USP).