Formas de Governo na Grécia Antiga
Na Grécia Antiga, as formas de governo variavam entre monarquia, onde o poder estava nas mãos de um rei; oligarquia, governada por uma elite; tirania, dominada por um líder que tomava o poder à força; e democracia, exemplificada por Atenas.
Introdução
Entre os séculos IX a.C. e I a.C. a Grécia passou por quatro formas de governo diferentes: monarquia, oligarquia, tirania e democracia. Porém, como cada cidade-estado (polis) possuía autonomia, estas formas de governo não existiram no mesmo tempo e em todas as polis gregas. Esparta, por exemplo, não vivenciou a democracia, como ocorreu com Atenas e outras cidades-estados.
Vale dizer que o mundo grego antigo nunca foi politicamente monolítico, e a diversidade de suas formas de governo reflete a geografia variada e a natureza independente das cidades-estados.
O legado do pensamento e da prática política grega antiga teve uma influência profunda no desenvolvimento de sistemas políticos ao longo da história, incluindo o conceito de cidadania, participação cívica e o equilíbrio de poder entre diferentes ramos do governo.
1. Monarquia
O governo era concentrado nas mãos de um rei, conhecido como basileu. Em algumas cidades-estados o rei contava com um conselho de nobres para governar. Este conselho era geralmente formado por pessoas da família do rei. A monarquia existiu em muitas cidades-estados na fase inicial da história da Grécia Antiga, ou seja, no Período Homérico (entre 900 a.C. e 700 a.C.).
2. Oligarquia
Após o período monárquico, algumas cidades-estado como, por exemplo, Esparta, adotaram o governo oligárquico. Neste sistema, um pequeno grupo de pessoas (geralmente formado por grandes proprietários de terras) controlavam a política. Na maioria das vezes, as decisões da oligarquia privilegiavam as pessoas mais ricas da sociedade, ou seja, os nobres que formavam o governo.
3. Tirania
A tirania é uma forma de governo em que apenas uma pessoa, conhecida como tirano, governa com poderes absolutos. Geralmente este sistema era adotado por cidades-estados que viviam situações de crises graves como, por exemplo, revoltas populares. Podemos citar como exemplo de tirania o governo de Pisístrato (546 a.C. a 527 a.C.) em Atenas. Como era considerado ilegal, a tirania teve curta duração em Atenas, que retornou ao sistema democrático.
Pisístrato: governou a cidade-estado de Atenas de forma tirânica entre 546 a.C. e 527 a.C. |
4. Diarquia
Uma forma única de governo existia em Esparta, conhecida como diarquia, onde dois reis de famílias diferentes governavam simultaneamente. Esse sistema era complementado por outras instituições, incluindo uma assembleia e um conselho de anciãos, que forneciam freios e contrapesos ao poder dos reis.
5. Democracia
Esta forma de governo teve seu auge principalmente em Atenas, durante o Período Clássico (500 a.C. a 338 a.C.). Nela, os cidadãos, através de uma assembleia, decidiam a vida da cidade (leis, ações de justiça, medidas econômicas, etc.). Porém, somente os cidadãos podiam participar das assembleias. Para ser considerado cidadão ateniense e participar da política era necessário ser homem, adulto, nascido em Atenas e livre (não-escravo).
Clistenes: importante para a democracia ateniense. |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
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Bibliografia Indicada
Fonte de referência do artigo:
EYLER, Flávia Maria Schlee. História Antiga – Grécia e Roma: a formação do Ocidente. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.