Animais Sagrados do Egito Antigo
No Egito Antigo, várias espécies de animais eram consideradas sagradas.
Por que existiam animais sagrados no Egito Antigo?
No Antigo Egito, os animais eram considerados sagrados por várias razões:
• Representação simbólica: os animais eram vistos como símbolos dos deuses. Por exemplo, o gato era associado a Bastet, a deusa do lar, fertilidade e parto, enquanto o íbis estava ligado a Toth, o deus da escrita e do conhecimento.
• Manifestações de atributos divinos: os egípcios acreditavam que certos animais exibiam características que eram divinas. Esses traços muitas vezes estavam ligados às habilidades ou à natureza de deuses específicos. Por exemplo, a força e a ferocidade de um leão eram vistas como representações da deusa guerreira Sekhmet.
• Manifestações dos deuses: alguns animais eram considerados manifestações literais dos deuses egípcios. Acreditava-se que esses animais poderiam agir como representantes dos deuses na Terra, aproximando-os do reino humano.
• Rituais e cerimônias religiosas: os animais desempenhavam papéis integrantes nas práticas religiosas egípcias. Eles eram frequentemente mumificados e oferecidos como sacrifícios para ganhar favor ou comunicar-se com os deuses.
• Símbolos protetores: certos animais também eram considerados como seres protetores. O escaravelho, por exemplo, simbolizava o deus sol Rá e era pensado para ajudar a proteger contra o mal.
Essas crenças levaram ao culto de animais e à prática de preservá-los como múmias como oferendas em templos dedicados às suas deidades associadas.
Chacal: associado ao deus Anúbis na religião egípcia. |
Principais animais sagrados da religião do Egito Antigo:
Gato - os gatos eram sagrados para Bastet, a deusa do lar, fertilidade e protetora contra espíritos malignos e doenças. Eles eram símbolos de graça e proteção, e prejudicar ou maltratar um gato era considerada uma atitude ilegal, que poderia gerar azar ao agressor.
Chacal - associados a Anúbis, o deus da mumificação e do além, os chacais eram acreditados para proteger os mortos. Devido às suas tendências de escavação, eles estavam conectados à preservação do corpo e da alma após a morte.
Falcão - os falcões estavam ligados a Hórus, o deus do céu, realeza e vitória. O falcão simbolizava a realeza divina e a continuação do governo do faraó na terra.
Crocodilo - crocodilos estavam conectados a Sobek, o deus do rio Nilo, força e poder. Embora temidos por sua ferocidade, os crocodilos eram respeitados por suas qualidades protetoras.
Íbis - o íbis era sagrado para Toth, o deus da sabedoria e escrita. Esta ave era admirada por sua inteligência e era um símbolo de conhecimento e dos escribas.
Touro - os touros, particularmente o Touro Apis, eram venerados como manifestações de Ptah e mais tarde como representações de Osíris. Eles simbolizavam força, fertilidade e ressurreição.
Cobra - as cobras estavam associadas a Uadjet (Uto), a deusa da proteção e realeza. Frequentemente representadas nas coroas dos faraós, acreditava-se que a cobra cuspia fogo nos inimigos para proteger o rei.
Leoa - leoas eram reverenciadas por sua ferocidade e força, ligadas a Sekhmet (Sacmis), a deusa guerreira e de cura. Elas incorporavam os aspectos duplos de proteção e destruição.
Vaca - vacas eram sagradas para Hathor, a deusa da maternidade, amor e alegria. Eram símbolos de nutrição, fertilidade e os aspectos nutridores da maternidade.
Besouro Escaravelho - os escaravelhos representavam Khepri, o deus do sol nascente e da criação. Eles simbolizavam renascimento, regeneração e transformação, pois eram observados rolando bolas de esterco pelo chão, o que era comparado à jornada do sol pelo céu.
Besouro escaravelho: animal sagrado na religião do Egito Antigo (joia peitoral, por volta de 1340 a.C.) |
Você sabia?
Esses animais não eram apenas adorados; eles eram fundamentais para a cultura e religião egípcia, incorporando as características dos deuses que representavam e servindo como uma ponte entre o divino e o mundo mortal.
Envoltório para guardar múmia de gato no Egito Antigo |
Publicado em 03/05/2024
Por Jefferson Evandro Machado Ramos (graduado em História pela USP)
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Bibliografia Indicada
Fonte de referência do artigo:
- GRALHA, J. C. M. A legitimidade do poder no poder no Egito Ptolomaico: cultura material e práticas mágico-religiosas. São Paulo, 2009. Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas, 2009.